6.9.18

Tiro e Cesareia

Quinta-feira, 06 de Setembro

Depois de Mileto, Lucas relata a viagem de Paulo de maneira bem detalhada. Ainda a caminho de Jerusalém, o apóstolo passou uma semana em Tiro, na costa fenícia, onde o navio devia ser descarregado (Atos 21:1-6). No entanto, enquanto estava ali, os fiéis insistiram que ele não fosse a Jerusalém. O facto de terem sido guiados pelo Espírito para avisar Paulo que não fosse para Jerusalém não está necessariamente em contradição com a orientação dada anteriormente ao apóstolo. A expressão grega etheto en to pneumati, em Atos 19:21, talvez deva ser traduzida como resolvido/decidido/proposto no Espírito”, em vez de ser interpretada como se Paulo tivesse chegado a esta decisão sozinho. A questão é que o Espírito pode ter mostrado aos crentes de Tiro os perigos que estavam diante de Paulo e, num ato de profunda solidariedade, recomendaram que ele não prosseguisse com a sua intenção. O próprio Paulo não tinha a certeza do que lhe aconteceria em Jerusalém (Atos 20:22, 23). A orientação divina nem sempre torna tudo claro, mesmo para alguém como Paulo.

5. Leia Atos 21:10-14. Que incidente especial aconteceu em Cesareia a respeito da viagem de Paulo a Jerusalém?

Ágabo era um profeta de Jerusalém que já tinha sido apresentado no episódio da fome, em Atos 11:27-30. De maneira semelhante a algumas profecias do Antigo Testamento (por exemplo, Isaías 20:1-6; Jeremias 13:1-10), a sua mensagem foi dramatizada. Ela serviu como uma ilustração vívida do que aconteceria com Paulo quando ele chegasse a Jerusalém e como os seus inimigos o entregariam aos gentios (os romanos).

Os que estavam com Paulo aparentemente entenderam a mensagem de Ágabo como uma advertência, não como uma profecia e, portanto, tentaram por todos os meios convencer o apóstolo de que não fosse a Jerusalém. Embora profundamente tocado pela reação deles, Paulo estava determinado a cumprir a sua missão, mesmo que isso lhe custasse a vida. Para ele, a integridade do evangelho e a unidade da igreja eram mais importantes do que a própria segurança ou interesses pessoais.

“Nunca antes o apóstolo se tinha aproximado de Jerusalém com o coração tão triste. Sabia que encontraria poucos amigos e muitos inimigos. Estava a chegar à cidade que tinha rejeitado e matado o Filho de Deus e sobre a qual agora pairavam as ameaças da ira divina.” Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 397, 398

Incompreendido, caluniado, maltratado e muitas vezes insultado, Paulo seguiu com fé. Como podemos fazer o mesmo em circunstâncias desencorajadoras?