18.9.18

Perante Agripa – Comentário

“Passados alguns dias, o rei Agripa e Berenice vieram a Cesareia, a saudar Festo. E, como ali ficassem muitos dias, Festo contou ao rei os negócios de Paulo” … Ele esboçou as circunstâncias que levaram o prisioneiro a apelar para César, contando do recente julgamento de Paulo perante ele…

Havendo Festo contado sua história, Agripa tornou-se interessado, e disse: “Bem quisera eu também ouvir esse homem.” Conforme sua vontade foi arranjada uma reunião para o dia seguinte. “No dia seguinte, vindo Agripa e Berenice, com muito aparato, entraram no auditório com os tribunos e varões principais da cidade, sendo trazido Paulo por mandado de Festo” (Atos 25:19, 22, 23).

Em homenagem aos visitantes, Festo buscou tornar a ocasião bastante aparatosa. As ricas vestes do procurador e de seus hóspedes, as espadas dos soldados e as brilhantes armaduras de seus comandantes, emprestavam brilho à cena (Atos dos Apóstolos, p. 433, 434).

Agripa e Berenice eram destituídos dos traços de caráter que Deus estima. Eram transgressores de Sua lei, corruptos de coração e de vida. Deus e os anjos aborreciam sua conduta de pecado. Mas porque possuíam, em um grau limitado, poder e posição, eram os favoritos do mundo. Em contraste, aquele idoso prisioneiro, em pé, acorrentado a um soldado, não apresentava nada de imponente ou de atrativo em seu vestuário ou aparência que levasse o mundo a presta-lhe homenagem. Entretanto, esse homem, aparentemente sem amigos, riquezas ou posição, tinha uma escolta que os mundanos não podiam ver. Anjos do Céu eram seus assistentes. Caso se houvesse manifestado a glória de um só desses resplandecentes mensageiros, a pompa e o orgulho da realeza teriam empalidecido; rei e cortesãos teriam sido lançados por terra, como os soldados romanos junto ao sepulcro de Cristo. Todo o Céu estava interessado nesse homem então retido como prisioneiro por sua fé no Filho de Deus. Disse o amado João: “O mundo não nos conhece, porquanto não O conheceu a Ele mesmo” (1 João 3:1). O mundo não conhece a Cristo, nem conhecerá aqueles que exemplificam a Cristo. Esses são filhos de Deus, filhos da família real; contudo suas reivindicações principescas não são percebidas pelo mundo. Podem exercitar sua curiosidade, mas não são apreciados nem compreendidos. São para o mundo desinteressantes e em nada invejáveis (Paulo o Apóstolo da Fé e da Coragem, p. 256)

O cristianismo tornará o homem cavalheiro. Cristo era cortês, mesmo com Seus perseguidores; e Seus verdadeiros seguidores manifestarão o mesmo espírito. Vejam Paulo, quando levado perante governadores. Seu discurso diante de Agripa é uma ilustração da verdadeira cortesia, bem como de persuasiva eloquência. O evangelho não incentiva a polidez formal que circula no mundo, mas a cortesia que parte de real bondade do coração (Obreiros Evangélicos, p. 123)