9.9.18

Encontrando os líderes de Jerusalém

Domingo, 09 de Setembro

Ao chegar a Jerusalém, Paulo foi recebido calorosamente por cristãos ligados a Mnasom, com quem devia hospedar-se (Atos 21:16, 17).

Em Atos 21:18-22, Tiago e os anciãos de Jerusalém expressaram a sua preocupação com a reputação de Paulo entre os cristãos judeus locais, todos zelosos guardadores da lei mosaica. Eles tinham sido informados de que Paulo estava a ensinar os judeus conversos que viviam no estrangeiro a abandonar Moisés, dizendo-lhes que não deviam “circuncidar os filhos, nem andar segundo os costumes da lei” (Atos 21:21).

É claro que isto não era verdade. O que Paulo ensinava era que, em termos de salvação, nem a circuncisão nem a incircuncisão significava coisa alguma, pois tanto os judeus como os gentios eram igualmente salvos pela fé em Jesus (Romanos 2:28, 29; Gálatas 5:6; Colossenses 3:11). Isto é bem diferente de incentivar explicitamente os judeus a desconsiderar a lei e os seus requisitos. Obediência não é, em si mesma, sinônimo de legalismo, embora possa ser deliberadamente distorcida, vindo a significar exatamente isso.

1. Leia Atos 21:23-26. Como demonstrou Paulo que ainda era um judeu fiel?

Paulo foi aconselhado a ser politicamente correto. Ele devia mostrar a falsidade dos rumores a seu respeito fazendo algo bem “judeu”: financiar o voto de nazireado de alguns cristãos judeus. Esse voto era um ato especial de piedade através do qual um judeu se reconsagrava a Deus.

Infelizmente, Paulo cedeu. Os heróis, inclusive os bíblicos, têm as suas falhas, como podemos ver na vida de Abraão, Moisés, Pedro e vários outros. É possível argumentar que Paulo estava apenas a seguir o seu princípio de proceder como judeu ao lidar com judeus (1 Coríntios 9:19-23), ou que ele mesmo teria feito um voto pouco antes (Atos 18:18), embora a natureza exata deste voto não seja clara. Desta vez, no entanto, Paulo foi transigente. A sua ação endossou as motivações legalistas por trás da recomendação que lhe fora feita. A implicação da sua atitude era exatamente aquela que ele tentava vigorosamente combater: a ideia de que havia dois evangelhos, um para os gentios, de salvação pela fé, e outro para os judeus, de salvação pelas obras. Paulo, porém, “não estava autorizado por Deus para ceder tanto quanto pediam” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 405).