Terça-feira, 20 de Abril
Embora os nomes de Deus tenham significado espiritual e teológico, isto não é exclusivo a Deus. Os nomes das pessoas no antigo Oriente Próximo não eram apenas formas de identificação sem sentido, como costumam ser para nós. Dar o nome de Maria ou Susana a uma menina não faz muita diferença hoje. Contudo, para os semitas antigos, os nomes estavam carregados de significado espiritual. Todos os nomes semíticos de pessoas tinham significado e geralmente consistiam numa frase ou sentença curta que compreendia um desejo ou uma expressão de gratidão por parte dos pais. Por exemplo, Daniel significa “Deus é juiz”; Joel significa “Javé é Deus” e Natã significa “Dom de Deus”.
Devido ao significado atribuído aos nomes, estes costumavam ser alterados para refletir uma mudança radical na vida e nas circunstâncias da pessoa que levava o nome.
2. Procure os seguintes textos. Que situações é que eles abordam e porque foram os nomes alterados nestas situações?
Génesis 32:28
Génesis 41:45
Daniel 1:7
No entanto, em certo sentido, não é assim tão difícil, mesmo para as mentes modernas, entender a importância de como uma pessoa é chamada. Existem efeitos subtis e, às vezes, não tão subtis. Se alguém é constantemente chamado “estúpido” ou “feio” e se estas são as denominações usadas sempre por muitas pessoas, mais cedo ou mais tarde estes nomes podem ter um impacto na maneira como a pessoa se vê. Da mesma forma, ao dar às pessoas certos nomes ou ao mudar os seus nomes, parece possível influenciar a sua maneira de se verem e, assim, influenciar o seu modo de agir.
Com isto em mente, não é tão difícil entender porque é que Deus desejava mudar o nome de “Abrão” para “Abraão”. Abrão significa “Pai excelso”; Deus mudou-o para Abraão, que significa “Pai de uma multidão”. Se observar-mos a promessa da aliança na qual Deus disse: “E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti.” (Génesis 17:6), a mudança de nome faz mais sentido. Talvez esta tenha sido a maneira de Deus ajudar Abraão a confiar na promessa da aliança, que estava a ser feita a um homem de 99 anos, casado com uma idosa que, até então, tinha sido estéril. Em resumo, Deus fez isto para aumentar a fé de Abraão nas Suas promessas para ele.