19.5.21

A Lei Da Aliança (Sábado até Terça)

Lição 8, 15 a 21 de Maio


Sábado à tarde

VERSO ÁUREO: “Saberás, pois, que o Senhor, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda o concerto e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos;” Deuteronómio 7:9

LEITURAS DA SEMANA: Êxodo 19:6; Isaías 56:7; Hebreus 2:9; Deuteronómio 4:13; 10:13; Amós 3:3; Génesis 18:19

Uma das frases importantes do Salmo 23 mostra para onde nos deseja levar Deus. “Guia-me pelas veredas da justiça por amor do Seu nome”, declarou Davi no verso 3. Em virtude da Sua rectidão moral, Deus nunca nos desencaminhará. Ele apresentará veredas seguras para a nossa caminhada espiritual pela vida.

Quais são as seguras “veredas da justiça”? O escritor de outro salmo responde a esta pergunta com um pedido de oração: “Guia-me pela vereda dos Teus mandamentos, pois nela encontro felicidade” (Salmos 119:35). “Todos os Teus mandamentos são justos” (Salmos 119:172). A lei de Deus é um caminho seguro e firme através do perigoso pântano da existência humana.

A lição desta semana concentra-se na lei de Deus e na sua função na aliança do Sinai.

Resumo da semana: O que significava a eleição de Israel? Em que sentido a eleição de Israel é semelhante à nossa? Qual era a importância da lei na aliança? A aliança é incondicional? Porque é que a obediência é parte integrante do relacionamento de aliança?

Domingo, 16 de Maio

A Eleição De Israel

A tradição judaica ensina que Deus fez a aliança com Israel apenas porque outras nações a rejeitaram primeiro. Embora não exista evidência bíblica para esta posição, ela ajuda a chamar a atenção para o facto de que, seja qual for o motivo da escolha da nação hebraica, este não foi baseado em merecimento desta elevada honra e privilégio. Os filhos de Israel não tinham mérito por si mesmos que os tornasse dignos do amor de Deus e da escolha deles como povo de Deus. Eram poucos em número e, como um grupo de tribos escravizadas, eram fracos sob o ponto de vista político e militar. Além disso, em termos de cultura e religião, eles eram misturados, irrelevantes e sem muita influência. Portanto, a causa fundamental para a eleição de Israel foi o mistério do amor e da graça de Deus.

1. É preciso ter cuidado ao analisar a ideia da eleição, pois ela tem grande potencial para erros teológicos. Para que finalidade escolheu Deus os israelitas? Para que fossem resgatados, enquanto todos os outros foram escolhidos para a rejeição e a perdição? Ou foram escolhidos para ser veículos que oferecessem ao mundo o que lhes tinha sido oferecido? Êxodo 19:6; Isaías 56:7; Hebreus 2:9

Como adventistas, entendemos que somos o Israel moderno, chamados pelo Senhor, não para ser os únicos redimidos, mas para proclamar ao mundo a mensagem de redenção, no contexto das três mensagens angélicas. Em resumo, acreditamos que temos algo a dizer que mais ninguém está a dizer. Esta também era, fundamentalmente, a situação do antigo Israel. O objectivo da eleição de Israel não era transformar a nação hebraica em algum clube exclusivo, que acumulasse a promessa de salvação e redenção para si. Pelo contrário, se cremos que Cristo morreu por toda a humanidade (Hebreus 2:9), a redenção que o Senhor ofereceu a Israel também foi oferecida a todo o mundo. Israel deveria ser o veículo pelo qual esta redenção seria comunicada. A nossa igreja foi chamada para fazer a mesma coisa.

Examine a sua função na igreja. O que pode fazer para promover a obra para a qual fomos chamados? Lembre-se: se não está a ajudar, é provável que esteja, em certo grau, a atrapalhar. Se Deus escolheu salvá-lo por amor, por que não servi-Lo partilhando a mensagem de salvação?

Segunda-feira, 17 de Maio

Laços Que Unem

“Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra.” (Deuteronómio 4:13). Por mais que tenhamos enfatizado que a aliança é sempre uma aliança de graça, que é unicamente o resultado da oferta de um favor imerecido da parte de Deus aos que entram numa relação de salvação com Ele, a graça não é uma licença para desobedecer. Pelo contrário, a aliança e a lei estão intimamente ligadas; elas são, na verdade, inseparáveis.

2. Examine o texto citado acima. Como relaciona ele a aliança e a lei? De que maneira este texto mostra como a lei é fundamental para a aliança?

Ao reflectirmos sobre o que é uma aliança, faz sentido pensar que o conceito de lei é parte integrante dela. Se entendermos a aliança como, entre outras coisas, um relacionamento, é necessário traçar certas regras e limites. Quanto tempo duraria um casamento, uma amizade ou uma sociedade de negócios se não houvessem limites nem regras, especificamente expressos ou subentendidos? Imagine um marido que decide ter uma namorada, ou um amigo que decide tirar proveito da carteira do outro, ou um sócio que, sem combinar com a outra parte, convida outra pessoa para se juntar à sociedade. Estas acções seriam uma violação de regras, leis e princípios. Quanto tempo durariam estas relações desregradas? Por isso, são necessários limites, linhas especificadas e regras estabelecidas. Só assim a relação pode ser preservada.

Diversas expressões como “lei” (Salmos 78:10), “preceitos” (Salmos 50:16), “testemunhos” (Salmos 25:10), “mandamentos” (Salmos 103:18) e “Tua Palavra” (Deuteronómio 33:9) são encontradas paralelamente ou em associação íntima com a palavra “aliança”. “As palavras desta aliança” (Jeremias 11:3, 6, 8) são as palavras da lei, preceitos, testemunhos e mandamentos de Deus.

A aliança de Deus com Israel continha vários requisitos que seriam cruciais para manter o relacionamento especial que Ele procurava com o Seu povo. Não acontece a mesma coisa hoje?

Pense em alguém com quem tenha um relacionamento íntimo. O que aconteceria com o relacionamento se não se sentisse limitado por regras, normas ou leis, mas acreditasse que tem liberdade para fazer o que quiser. Mesmo dizendo que ama a pessoa e que apenas o amor decidirá como se relaciona com ela, porque ainda há necessidade de regras?

Terça-feira, 18 de Maio

A Lei Dentro Da Aliança

Qual é a primeira coisa que vem à sua mente quando pensa na lei? Policias, multas de trânsito, juízes e prisão? Ou pensa em restrições, regras, pais autoritários e castigo? Talvez pense em ordem, harmonia, estabilidade. Ou talvez até em... amor.

A palavra hebraica torah, traduzida como “lei” na Bíblia, significa “ensino” ou “instrução”. O termo pode ser usado para se referir a todas as instruções de Deus, sejam elas morais, civis, sociais ou religiosas. Inclui todos os conselhos sábios que Deus graciosamente deu ao Seu povo para que eles experimentassem vida abundante, tanto física como espiritualmente. Não é de admirar que o salmista tenha chamado de bem-aventurado o homem cujo “prazer está na lei do Senhor, e na Sua lei medita de dia e de noite” (Salmos 1:2).

Lendo a lei ou a torah – as instruções e ensinos dos livros de Moisés que se tornaram parte da aliança de Israel – somos impressionados com a variedade de instruções. A lei aborda cada parte do estilo de vida do povo: agricultura, governo civil, relações sociais e adoração.

3. Na sua opinião, porque deu Deus tanta instrução a Israel? (veja Deuteronómio 10:13). Em que sentido é que estas instruções foram para o bem da nação?

A função da “lei” dentro da aliança era apresentar directrizes para a nova vida do participante humano da aliança. A lei apresenta ao membro da aliança a vontade de Deus, a quem a pessoa chega a conhecer em sentido mais pleno através da obediência pela fé aos Seus mandamentos e outras expressões da Sua vontade.

A função da lei na aliança mostrava que Israel não podia seguir os caminhos de outras nações. Não poderiam viver apenas de acordo com as leis naturais, necessidades humanas, desejos, ou mesmo necessidades sociais, políticas e económicas. Eles poderiam continuar como nação santa, reino de sacerdotes e propriedade peculiar apenas mediante a obediência em todas as áreas da vida à vontade revelada do Deus que tinha estabelecido a aliança.

Como o antigo Israel, os adventistas receberam variados conselhos sobre todos os aspectos da vida cristã através do moderno dom profético. Porque devemos considerar estes conselhos como dom de Deus, e não um prejuízo ao pensamento e acção independentes? Há perigos em transformar este dom em algo legalista, como os israelitas fizeram com os seus dons? (Romanos 9:32).