22.1.21

O Caminho Difícil

Lição 4, 09 a 15 de Janeiro


Sábado à tarde

VERSO ÁUREO: “E esperarei o Senhor, que esconde o rosto da casa de Jacó, e a ele aguardarei.” Isaías 8:17

LEITURAS DA SEMANA: Isaías 7:14-25; Isaías 8

Uma menina cega estava empoleirada na janela do quarto andar de um prédio em chamas no Harlem, na cidade de Nova York. Os bombeiros estavam desesperados. O camião com a escada para resgate não cabia entre os prédios, e os bombeiros não conseguiam fazer com que a menina saltasse para uma rede que ela, evidentemente, não conseguia ver.

“Finalmente, o pai da menina chegou e gritou no megafone que havia uma rede e que ela devia saltar quando ele desse a ordem. A menina saltou e ficou tão completamente relaxada que não partiu um osso nem sequer distendeu um músculo na queda de quatro andares. Ela confiava completamente no seu pai, por isso, quando ouviu a voz dele, fez o que ele disse ser o melhor” (Editado por Michael P. Green, 1500 Illustrations for Biblical Preaching. Ada, MI: Baker Books, p. 135).

Da mesma maneira, Deus deu provas poderosas de que Ele desejava o melhor para os Seus filhos, mas eles rejeitaram o caminho suave que Ele lhes apresentava; então, em vez disso, Ele teve que falar com eles através de um bramido e uma inundação.

Nesta semana, vamos ver as lições que aprendemos com os erros deles.

Domingo, 10 de Janeiro

Profecia Cumprida

Em Isaías 7:14-16, “Emanuel” era um sinal relacionado ao dilema de Acaz: antes que o menino tivesse idade para escolher entre os diferentes tipos de comida, seria “desamparada a terra ante cujos dois reis” Acaz tremia de medo (Isaías 7:16), isto é, os reis da Síria e de Israel do Norte (Isaías 7:1, 2, 4-9), o que reitera a promessa de que o poder deles seria extinto em breve.

1. Porque mencionou Isaías a manteiga e o mel que o menino comeria? Isaías 7:15

As plantações e os campos de Judá seriam destruídos pelos assírios (Isaías 7:23-25). Portanto, o povo, incluindo o Emanuel do AT, quem quer que ele fosse (Isaías 7:14, 15), seria forçado a voltar à dieta dos nómadas (Isaías 7:21, 22). Mas, embora fossem pobres, eles teriam o suficiente para sobreviver.

2. Quando foi cumprida a profecia sobre a Síria e o Israel do Norte? 2 Reis 15:29, 30; 16:7-9; 1 Crónicas 5:6, 26

Essa profecia foi dada por volta de 734 a.C. Em resposta ao suborno de Acaz, Tiglate-Pileser III fez o que provavelmente teria feito de qualquer maneira: destruiu a aliança do norte, conquistou a Galileia e as regiões da Transjordânia de Israel do Norte, deportou parte da população e transformou os territórios em províncias da Assíria (734-733 a.C.). O restante do povo foi salvo quando Oseias, depois de assassinar o rei Peca, se rendeu e prestou tributo. Em 733 e 732 a.C., Tiglate-Pileser III conquistou Damasco. Ele transformou a Síria em províncias assírias. Portanto, em 732 a.C., dois anos depois da profecia de Isaías, a Síria e Israel tinham sido finalmente derrotados, e tudo acabou para os dois reis que tinham ameaçado Acaz.

Logo depois que Salmaneser V substituiu Tiglate-Pileser III, em 727 a.C., Oseias, rei de Israel, cometeu suicídio político ao se rebelar contra a Assíria. Os assírios tomaram Samaria em 722 a.C. e deportaram milhares de israelitas para a Mesopotâmia e para a Média, onde foram absorvidos pelas populações locais e perderam a sua identidade (Isaías 7:8: “dentro de sessenta e cinco anos Efraim [...] deixará de ser povo”). Deus tinha predito o que aconteceria com os inimigos de Judá, mas o Seu argumento para Acaz era que isto aconteceria de qualquer maneira, sem que Acaz precisasse confiar na Assíria.

Se vivesse no Reino do Norte, talvez fosse fácil perder a fé. Como podemos manter a fé para que, em meio às calamidades, permaneçamos firmes? (Veja 1 Pedro 1:13-25).

Segunda-feira, 11 de Janeiro

Consequências Previstas

3. Leia Isaías 7:17-25. O que o Senhor disse que aconteceria com a terra? Porque não nos devemos surpreender com este resultado?

“Convite sobre convite foi enviado ao rebelde Israel para que retornasse à submissão a Jeová. As súplicas dos profetas eram cheias de amor; e quando as apresentavam diante do povo, exortando fervorosamente ao arrependimento e à reforma, as suas palavras produziam fruto para a glória de Deus.” Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 325

Portanto, para o medroso e incrédulo Acaz, a boa notícia da parte de Deus era que a Síria e Israel seriam exterminados. A má notícia era que a Assíria, o aliado e “amigo” que o rei Acaz tinha escolhido para o ajudar, acabaria por ser um inimigo muito mais perigoso do que a Síria e Israel tinham sido. Ao recusar a libertação oferecida gratuitamente por Deus, Acaz garantiu a derrota. Se ele pensava que o seu mundo se estava a desmoronar naquele momento, as coisas piorariam ainda mais!

“Melhor é buscar refúgio no Senhor do que confiar em príncipes” (Salmos 118:9). Como Acaz podia acreditar que Tiglate-Pileser III ficaria satisfeito em tomar as províncias no norte e respeitaria Judá? Os escritos assírios, tais como os anais dos próprios reis assírios, testificam que o desejo deles por poder era insaciável.

4. Leia 2 Reis 16:10-18 e 2 Crónicas 28:20-25. O que fez Acaz no templo de Deus? Porque agiu ele assim? Porque não nos devemos surpreender com estas ações? Que princípio espiritual se revela aqui?

O texto de 2 Crónicas 28:20-23 resume poderosamente o resultado da atitude de Acaz, que deixou de confiar no Senhor e pediu ajuda à Assíria.

A nossa tendência natural é confiar no que podemos ver, sentir, provar, tocar – isto é, nas coisas deste mundo. No entanto, como sabemos, estas coisas perecem. O que nos revela o texto de 2 Coríntios 4:18? Esta mensagem faz diferença na nossa vida? Como a podemos aplicar?

Terça-feira, 19 de Janeiro

O Significado De Um Nome

Imagine que estiva a jogar à bola com o segundo filho de Isaías. Quando terminasse de dizer “Maer-Salal-Hás-Baz, atira-me a bola”, seria tarde demais. Porém, o significado deste nome era ainda mais longo que o próprio nome: “Rápido-Despojo-Presa-Segura”.

5. O nome do menino tinha a ver com uma rápida conquista. Qual seria o reino conquistador e qual seria conquistado? (Isaías 8:4).

Isaías 8:1-10 reforça a mensagem do capítulo 7. Antes que a criança alcançasse certa idade, a Assíria tomaria os despojos de guerra das capitais da Síria e do Israel do Norte. Além disso, visto que Judá tinha recusado a mensagem divina de segurança, representada pelas águas que fluíam brandamente de Siloé em Jerusalém, Judá seria dominada pelo forte poder da Assíria, representado pela inundação do grande rio Eufrates.

Como Acaz se tinha voltado para a Assíria, os nomes dos filhos de Isaías referiam-se a Judá, bem como ao Israel do Norte: “Rápido-Despojo-Presa-Segura”, mas “Um-Resto-Volverá”. Porque havia ainda esperança? Porque, embora a Assíria inundasse a terra de Emanuel (Isaías 8:8), Deus era com eles (Isaías 8:10). Vemos um tema que permeia o livro de Isaías: ainda que houvesse juízos sobre os inimigos de Deus em Judá e noutras nações, enviados na forma de desastres militares, sofrimento e exílio, o Senhor estaria com os fiéis sobreviventes do Seu povo e os restauraria à sua terra.

6. Porque declarou Isaías que registou legalmente o nome do seu filho e que teve relações conjugais com a sua esposa, “a profetisa”? Isaías 8:1-3

A precisão temporal do nascimento deste filho era fundamental para o seu significado como sinal. De forma semelhante ao sinal do Emanuel, o período desde a concepção e o nascimento da criança até ao momento em que a Assíria derrotaria Israel e a Síria seria menor do que o tempo que o menino demorava a chamar o pai ou a mãe (Isaías 8:4). Quando Isaías registou o nome do menino antes da sua concepção, fez da criança e do nome dela uma profecia que seria provada em eventos subsequentes.

Apesar dos erros do Seu povo, o Senhor estava disposto a salvá-lo. Esta realidade aplica-se a nós, especialmente quando falhamos e caímos na nossa vida espiritual?

Quarta-feira, 20 de Janeiro

Nada A Temer Quando Tememos A Deus

No seu primeiro discurso de posse, o presidente americano Franklin D. Roosevelt disse a uma nação desanimada pela Grande Depressão: “A única coisa que temos a temer é o próprio medo” (Capitólio dos Estados Unidos, em Washington, D.C., 4 de março de 1933). A mensagem de Isaías para o povo deprimido foi: “Não temos nada a temer quando tememos o próprio Deus”.

Deus advertiu Isaías a não temer o que o seu povo temia, mas a temê-Lo (Isaías 8:12, 13). Este é um tema importante nas Escrituras. Por exemplo, em Apocalipse 14:6-12, três anjos proclamam uma mensagem mundial: “Temei a Deus e dai-Lhe glória”, em vez de temer e dar glória ao poder da besta que emerge da terra descrito no capítulo 13.

7. Na sua opinião, o que significa “temer” a Deus, especialmente à luz do mandamento de amarmos ao Senhor (Mateus 22:37)?

O verdadeiro temor a Deus como santo significa reconhecê-Lo como o poder supremo do Universo. Quer O amemos ou não, este temor supera qualquer outro medo. Se Ele é por nós, mais ninguém nos pode tocar sem a Sua permissão. Se Ele é contra nós porque nos rebelamos contra Ele, podemos até correr, mas não nos vamos conseguir esconder!

8. A ideia de que devemos temer a Deus não contradiz 1 João 4:18? “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.”

Existem diferentes tipos de temor. Se alguém com poder impressionante é nosso amigo, com quem partilhamos amor mútuo, não tememos essa pessoa no sentido de pensar que ela nos possa fazer mal. Mas temos uma espécie de temor no sentido de conhecer e respeitar o poder dessa pessoa e os limites do nosso relacionamento.

Sendo cristãos, não devemos amar as coisas do mundo, as coisas que as pessoas do mundo amam (1 João 2:15). Paralelamente, existem coisas que o mundo teme que nós não devemos temer? Quais são elas e porque não as devemos temer? Que coisas o mundo não teme que nós, cristãos, devemos temer? (Veja, por exemplo, Mateus 10:28; Jeremias 10:2, 3).

Quinta-feira, 21 de Janeiro

A Escuridão Dos Ingratos Mortos-Vivos

9. Qual é o tema de Isaías 8:16-22? O que tem isto a ver com o rei Acaz?

Acaz estava profundamente envolvido com a religião pagã (2 Reis 16:3, 4, 10-15; 2 Crónicas 28:2-4, 23-25), que, por sua vez, possuía uma ligação forte com o ocultismo (compare com Deuteronómio 32:17; eles “sacrificam aos demónios” [1 Coríntios 10:20]). Vários aspectos da feitiçaria moderna têm paralelos marcantes com os rituais antigos do Oriente Próximo, conforme atestados por escritos antigos exteriores à Bíblia. Até muitas práticas da Nova Era de hoje são simplesmente manifestações contemporâneas destas práticas ocultas antigas.

Isaías descreveu o desespero resultante da confiança noutros espíritos em vez da confiança no Senhor (Isaías 8:21, 22). Esta descrição encaixa bem no rei Acaz (compare com 2 Crónicas 28:22, 23). Isaías referiu-se ao povo que ficaria furioso e amaldiçoaria o seu rei (Isaías 8:21). Isto iria advertir Acaz de que, por causa da sua influência em levar o povo ao ocultismo, as pessoas o amaldiçoariam. Na verdade, quando Acaz morreu, o seu sepultamento foi uma excepção devido à falta de respeito que o povo tinha por ele: “E o sepultaram na cidade, em Jerusalém, porém não o puseram nos sepulcros dos reis de Israel” (2 Crónicas 28:27).

10. O que revelam estes textos sobre o ocultismo? (Levítico 20:27; Deuteronómio 18:9-14).

O afastamento do ocultismo é uma questão de lealdade para com Deus. 1 Crónicas 10:13 e 14 aplica este princípio ao caso do rei Saul: “Assim, Saul morreu por causa da transgressão cometida contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, que ele não tinha guardado; e também porque consultou uma médium e não ao Senhor, que, por isso, o matou e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé”.

Analise a sua vida e as influências ao seu redor. De que maneiras subtis está exposto aos princípios por detrás do ocultismo e das várias manifestações do espiritismo? O que pode fazer para minimizar a influência destes princípios sobre si e a sua família?

Sexta-feira, 22 de Janeiro

Estudo Adicional


“Demais, Deus proibiu expressamente toda pretensa comunicação com os espíritos dos mortos. Nos dias dos hebreus, havia uma classe de pessoas que pretendiam, como o fazem os espíritas de hoje, entreter comunicação com os mortos. Mas esses “espíritos familiares” como eram chamados os visitantes de outros mundos, declara a Bíblia serem “espíritos de demônios”. (Comparar Números 25:1-3; Salmos 106:28; 1 Coríntios 10:20; Apocalipse 16:14.) O costume de tratar com os espíritos familiares foi denunciado como abominação ao Senhor, e solenemente proibido sob pena de morte. Levítico 19:31; 20:27. O próprio nome de feitiçaria é hoje tido em desdém. A pretensão de que os homens podem entreter comunicações com os espíritos maus é considerada como fábula da Idade Média. O espiritismo, porém, que conta centenas de milhares, e na verdade, milhões de adeptos, que teve ingresso nos centros científicos, invadiu igrejas e alcançou favor nas corporações legislativas e mesmo nas cortes reais, esse grande engano — não é senão o reaparecimento, sob novo disfarce, da feitiçaria condenada e proibida na antiguidade.” Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 556

Perguntas para consideração:

1. Como é que o espiritismo aparece em filmes, livros, TV e cultura popular? Como podemos advertir as pessoas dos perigos daquilo que, para tantos, parece apenas uma distração inofensiva? Uma compreensão apropriada da condição dos mortos é importante para nos protegermos destes enganos?

2. Reescreva Isaías 8:20 com as suas próprias palavras. Permita que pessoas diferentes leiam as suas versões em voz alta. O que nos revela o Senhor neste texto?

3. Reflicta sobre a ideia de amar e temer a Deus ao mesmo tempo. Em que aspecto o nosso amor advém deste temor? Ou o nosso temor é proveniente do nosso amor?

Resumo: Através das acções e da família de Isaías, bem como das suas palavras, Deus reforçou a mensagem de advertência e esperança: o único caminho seguro é crer que Deus sabe o que está a fazer. Ele tem amor e poder para guiar, proteger e sustentar aqueles que O permitem. Para aqueles que recorrem a outros poderes, há apenas escuridão.