“Contraste flagrante com o exemplo de generosidade manifestada pelos crentes, foi a conduta de Ananias e Safira, cuja experiência, traçada pela Inspiração, deixou uma escura nódoa na história da igreja primitiva. […] Profunda convicção se tinha apoderado de todos os presentes, e sob a direta influência do Espírito de Deus, Ananias e Safira tinham feito o voto de dar ao Senhor o produto da venda de certa propriedade.
Depois, Ananias e Safira ofenderam o Espírito Santo cedendo a sentimentos de cobiça. Começaram a lamentar por terem feito aquela promessa e logo perderam a suave influência da bênção que lhes tinha aquecido o coração com o desejo de fazer grandes coisas em benefício da causa de Cristo. Julgaram terem-se precipitado e sentiam ser necessário reconsiderar a sua decisão. […] com vergonha de que os irmãos viessem a saber que a sua mesquinhez de alma regateara aquilo que tinham solenemente dedicado a Deus, resolveram deliberadamente vender a sua propriedade e fingir que davam todo o produto para o fundo comum, guardando, porém, para si mesmos, grande parte. Deste modo garantiriam para si o pão do depósito comum, ao mesmo tempo que alcançariam a alta estima dos seus irmãos.” Atos dos Apóstolos, p. 71, 72
“Beneficência constante e abnegada é o remédio que Deus propõe para os ulcerosos pecados do egoísmo e da avareza. Deus dispôs o plano de doação sistemática para o sustento da Sua causa e para aliviar as necessidades dos pobres e dos sofredores. Ele ordenou que o ato de doar deve tornar-se um hábito, para que possa contrapor-se ao perigoso e enganador pecado da avareza. Doar continuamente faz com que a avareza morra de inanição. […]
A constante prática do plano divino de doação sistemática enfraquece a avareza e motiva a liberalidade. […] Deus conhece o perigo que nos rodeia, e protegeu-nos com meios para evitar a nossa ruína. Ele requer o constante exercício da beneficência, para que a força do hábito em boas obras quebre a força do hábito no sentido contrário.” Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 548
“À medida que o amor de Cristo nos enche o coração e nos rege a vida, a cobiça, o egoísmo e o amor da comodidade serão vencidos, e o nosso prazer consistirá em fazer a vontade de Cristo, de quem professamos ser servos. A nossa felicidade será então proporcional às nossas obras abnegadas, inspiradas pelo amor de Jesus. […]
O que dá aos necessitados beneficia a outros, e é ele próprio beneficiado em grau ainda maior. Deus poderia ter conseguido o Seu objetivo na salvação dos pecadores sem o auxílio do ser humano; sabia, porém, que o homem não podia ser feliz sem desempenhar uma parte na grande obra em que cultivaria a abnegação e a beneficência.
Para que o homem não perdesse os benditos resultados da beneficência, o nosso Redentor elaborou o plano de alistá-lo como o Seu cooperador. […] Envia os Seus pobres como representantes Dele. […] E ao atendermos a estes pedidos através de trabalho e de atos de beneficência, somos transformados à imagem Daquele que, por amor de nós, Se tornou pobre. Doando, beneficiamos os outros, acumulando assim verdadeiras riquezas.” Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 382