3.10.18

Abraão, o pai do povo de Deus - Comentário

“Assim como a Bíblia apresenta duas leis, uma imutável e eterna, e outra provisória e temporária, também há dois concertos. O concerto da graça foi feito primeiro com o homem no Éden, quando, depois da queda, foi feita uma promessa divina de que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente. A todos os homens esse concerto oferecia perdão, e a graça auxiliadora de Deus para a futura obediência mediante a fé em Cristo. Prometia-lhes também vida eterna sob a condição de fidelidade para com a lei de Deus. Assim os patriarcas receberam a esperança da salvação.

Esse mesmo concerto foi renovado a Abraão, na promessa: “Em tua semente serão benditas todas as nações da Terra” (Génesis 22:18). Essa promessa apontava para Cristo. Assim Abraão a compreendeu (Gálatas 3:8, 16), e confiou em Cristo para o perdão dos pecados. Foi essa fé que lhe foi atribuída como justiça. O concerto com Abraão mantinha também a autoridade da lei de Deus.” Patriarcas e Profetas, p. 370

“Abraão era honrado pelas nações circunvizinhas como um poderoso príncipe, e chefe sábio e capaz. Ele não excluía de seus vizinhos a sua influência. A sua vida, bem como caráter, em assinalado contraste com a dos adoradores de ídolos, exercia uma influência eloquente em favor da verdadeira fé. A sua fidelidade para com Deus era inabalável, enquanto a sua afabilidade e beneficência inspiravam confiança e amizade, e a sua grandeza sem afetação impunha respeito e honra.

Não considerava a sua religião um tesouro precioso a ser guardado cuidadosamente, e unicamente desfrutado pelo seu possuidor. A verdadeira religião não pode assim ser mantida, pois tal espírito é contrário aos princípios do evangelho. Enquanto Cristo habita no coração, é impossível esconder a luz da Sua presença, ou que aquela luz se enfraqueça. Ao contrário, ela se tornará cada vez mais resplandecente, enquanto, dia após dia, os brilhantes raios do Sol da justiça dissipam as névoas do egoísmo e do pecado que envolvem a alma.

O povo de Deus são os Seus representantes na Terra, e é o Seu desígnio que eles sejam luzes nas trevas morais deste mundo.” A Maravilhosa Graça de Deus [MM 1974], p. 50

“De forma semelhante os discípulos de Cristo são colocados como portadores de luz no caminho para o Céu; através deles manifestam-se ao mundo envolto na escuridão de um errado conceito de Deus, a misericórdia e a bondade do Pai. Vendo as suas boas obras, outros são levados a glorificar o Pai celestial; pois torna-se manifesto que há um Deus sobre o trono do Universo, Deus cujo caráter é digno de louvor e imitação. O divino amor a brilhar no coração, a harmonia cristã manifestada na vida, são quais vislumbres do Céu concedidos aos homens no mundo, a fim de que lhes apreciem a excelência.

É assim que os homens são levados a crer no “amor que Deus nos tem”.” 1 João 4:16; O Maior Discurso de Cristo, p. 41, 42