Numa visão dada em 27 de Junho de 1850, meu anjo acompanhante disse: “O tempo está quase terminado. Reflectis, como deveis, a amorável imagem de Jesus?” Foi-me indicada então a Terra e vi que tinha de haver uma preparação da parte daqueles que nos últimos tempos abraçaram a terceira mensagem angélica. Disse o anjo: “Preparai-vos, preparai-vos, preparai-vos. Tereis de experimentar uma morte para o mundo, maior do que jamais experimentastes antes.” Vi que havia grande obra a ser feita por eles e pouco tempo para fazê-la.
Vi então que as sete últimas pragas deviam ser logo derramadas sobre os que não têm abrigo; no entanto o mundo se referia a elas como se não fossem mais que gotas de água que estivessem para cair. Fui então capacitada a enfrentar a terrível visão das sete últimas pragas da ira de Deus. Vi que Sua ira era tremenda e terrível, e que se Ele estendesse a Sua mão ou a levantasse em ira, os habitantes do mundo seriam como se nunca tivessem existido, ou padeceriam de incuráveis chagas e fulminantes pragas que sobre eles viriam, e não encontrariam livramento, mas seriam destruídos por elas. O terror se apossou de mim, e eu caí sobre o meu rosto diante do anjo e supliquei-lhe fosse a visão removida, que a afastasse de mim, pois era demasiado horrível. Então compreendi, como nunca dantes, a importância de investigar cuidadosamente a Palavra de Deus, para saber como escapar às pragas que a Palavra de Deus declara virão sobre todos os ímpios que adorarem a besta e sua imagem e receberem o seu sinal em suas testas ou em suas mãos. Surpreendi-me grandemente de que alguém transgredisse a lei de Deus e pisasse o Seu santo sábado, quando tão terríveis ameaças e advertências estavam contra eles.
O papa mudou o dia de repouso do sétimo para o primeiro dia da semana. Ele imaginou mudar o próprio mandamento que foi dado para levar o homem a lembrar-se do seu Criador. Pensou mudar o maior mandamento do decálogo e assim fazer-se igual a Deus, ou mesmo exaltar-se acima de Deus. O Senhor é imutável, logo Sua lei é imutável; mas o papa exaltou-se acima de Deus ao procurar mudar Seus imutáveis preceitos de santidade, justiça e bondade. Ele tem tripudiado sobre o dia santificado de Deus, e, em sua própria autoridade, pôs em seu lugar um dos seis dias de trabalho. A nação inteira tem seguido após a besta, e cada semana rouba a Deus de seu santo tempo. O papa fez uma brecha na santa lei de Deus, mas eu vi que havia chegado o tempo para o povo de Deus fechar essa brecha e edificar os lugares assolados.
Supliquei diante do anjo para que Deus salvasse o Seu povo que se havia desviado, que o salvasse por amor de Sua graça. Quando as pragas começarem a cair, os que continuarem a transgredir o santo sábado não abrirão a boca para apresentar aquelas escusas que agora fazem para se considerarem livres de guardá-lo. Suas bocas estarão fechadas enquanto as pragas estão caindo e o grande Legislador reclamando justiça contra os que têm tido a Sua santa lei em desprezo e a têm considerado “uma maldição para o homem”, “lastimável”, e “sem solidez”. Quando sentirem os grilhões desta lei acorrentando-os, essas expressões aparecerão diante deles em caracteres vivos, e eles compreenderão o pecado de haverem desprezado esta lei, a qual a Palavra de Deus chama de “santa, justa e boa”.
Minha atenção foi então dirigida para a glória do Céu, para os tesouros acumulados para os fiéis. Tudo era amável e glorioso. Os anjos cantavam um cântico maravilhoso, depois paravam de cantar, tiravam as coroas de suas cabeças e as lançavam rutilantes aos pés do adorável Jesus, e com vozes melodiosas clamavam: “Glória, Aleluia!” Uni-me a eles em seus cânticos de louvor e honra ao Cordeiro, e toda a vez que eu abria a boca para louvá-Lo, experimentava um indizível senso de glória que me circundava. Era um eterno peso de glória mui excelente. Disse o anjo: “O pequeno remanescente que ama a Deus e guarda os Seus mandamentos e o que ficar fiel até o fim desfrutará esta glória e estará para sempre na presença de Jesus e cantará com os santos anjos.”
Então os meus olhos foram afastados da glória e foi-me indicado o remanescente na Terra. Disse-lhes o anjo: “Quereis escapar às sete últimas pragas? Quereis ir para a glória e desfrutar tudo que Deus tem preparado para os que O amam e estão dispostos a sofrer por Seu amor? Então tereis de morrer para que possais viver. Preparai-vos, preparai-vos, preparai-vos. Precisais ter maior preparo do que até agora, pois o dia do Senhor vem, terrível tanto em ira como em vingança, para desolar a Terra e destruir dela os pecadores. Sacrificai tudo a Deus. Deponde tudo sobre o Seu altar — o eu, a propriedade e tudo o mais — como um sacrifício vivo. Tudo é reclamado para entrar na glória. Acumulai para vós um tesouro no Céu, onde nem os ladrões roubam nem a ferrugem consome. Tereis de ser participantes dos sofrimentos de Cristo aqui, se esperais participar com Ele de Sua glória no além.”
O Céu terá sido barato se o obtivermos através do sofrimento. Precisamos negar o eu ao longo de todo o caminho, morrer para o eu diariamente, deixar que somente Jesus apareça e ter em vista continuamente a Sua glória. Vi que os que ultimamente têm abraçado a verdade terão que aprender o que é sofrer por amor de Cristo, que terão provas a suportar, provas que serão agudas e cortantes, a fim de que sejam purificados e pelo sofrimento capacitados a receber o selo do Deus vivo, a passar pelo tempo de angústia, ver o Rei em Sua formosura e estar na presença de Deus e de anjos santos, puros.
Ao ver o que precisamos ser para herdar a glória, e quanto Jesus havia sofrido para alcançar para nós tão rica herança, orei para que fôssemos batizados nos sofrimentos de Cristo, a fim de não recuarmos nas provas, mas sofrê-las com paciência e gozo, sabendo o que Jesus havia sofrido, para que por Sua pobreza e sofrimento fôssemos enriquecidos. Disse o anjo: “Negai-vos; precisais caminhar depressa.” Alguns de nós têm tido tempo de possuir a verdade e progredir passo a passo, e cada passo dado tem-nos propiciado força para o seguinte. Mas agora o tempo está quase findo, e o que durante anos temos estado aprendendo, eles terão de aprender em poucos meses. Terão também muito que desaprender e muito que tornar a aprender. Os que não receberam o sinal da besta e da sua imagem quando sair o decreto, terão que estar decididos a dizer agora: Não, não mostraremos estima pela instituição da besta.
Primeiros Escritos 64.1 - 67.2