28.10.19

A Queixa do Povo

Domingo, 27 de Outubro 

1. Leia Neemias 5:1-5. O que estava a acontecer? Contra o que estava o povo a clamar? 

Sob a liderança de Neemias, a comunidade judaica parecia estar unida contra as pressões externas. Mas nem tudo estava bem com a nação que enfrentava perseguição e se defendia de ataques estrangeiros. Apesar da aparência externa de força e resistência e dos coerentes esforços contra o inimigo, a comunidade estava destruída por dentro. Os líderes e os ricos estavam a usar os pobres e desfavorecidos para o seu próprio benefício, e a situação tinha-se tornado tão má que as famílias estavam a clamar por alívio. Algumas delas diziam que não tinham comida para alimentar os seus filhos; alguns queixavam-se de que, por causa da fome, tinham hipotecado a sua propriedade e agora não tinham nada; outras famílias lamentavam que precisavam pedir dinheiro emprestado para pagar o imposto persa. Além disso, os seus próprios filhos tinham- se tornado escravos. 

Parece que as principais causas do problema eram a fome e o pagamento dos impostos, que fizeram com que as famílias mais pobres buscassem a ajuda dos seus vizinhos. O governo persa exigia anualmente da província de Judá um imposto de 350 talentos de prata. Se uma pessoa não pudesse pagar a parte designada do imposto obrigatório, a família geralmente hipotecava a sua propriedade ou pedia dinheiro emprestado. Se, no entanto, eles não obtivessem o dinheiro no ano seguinte, tinham que fazer algo sobre a dívida que agora possuíam. Geralmente, a escravidão era a opção seguinte. Eles já tinham perdido a sua propriedade e então tinham que mandar alguém da família, geralmente os filhos, para que prestassem serviço ao credor para liquidar a dívida. 

Há momentos na vida em que as consequências das nossas ações deixam-nos em apuros; também há momentos em que acabamos por ficar doentes ou passamos por dificuldades financeiras sem que tenhamos culpa nenhuma. A história acima fala de uma época em que as políticas governamentais desfavoreciam o povo, levando-o à intensificada pobreza e envolvendo-o numa espiral de pobreza cada vez mais profunda, da qual não se podia escapar. 

É impressionante que naquela época as pessoas já tivessem que lutar contra a opressão económica, tal como hoje. A Bíblia aborda com frequência o assunto da exploração dos pobres. Que mensagem devemos extrair disso?