Domingo, 11 de Agosto
Imagine a cena: Maria tinha recebido uma mensagem do anjo Gabriel alguns dias antes. Ele tinha dito que ela seria a mãe de Jesus, o Filho do Altíssimo. Ela ainda não tinha contado a ninguém, mas foi visitar Isabel, a sua parente mais velha, que também estava há espera dum bebé. Com discernimento espiritual, Isabel reconheceu a novidade de Maria mesmo antes que ela tivesse a oportunidade de dizer qualquer coisa e, juntas, elas celebraram as promessas e a bondade de Deus.
1. Leia Lucas 1:46-55. Observe a mistura de louvores entre o que se referia apenas a Maria – “o Poderoso me fez grandes coisas” (Lucas 1:49) – até ao aspecto mais geral. Porque devem o nosso louvor e adoração a Deus incluir uma ênfase tanto pessoal como geral?
Esta notável canção podia encaixar-se bem entre os salmos ou escritos dos profetas hebreus. Maria estava a transbordar com um sentimento de admiração e gratidão a Deus. Ela evidentemente via a atuação de Deus na sua vida, mas também estava bem ciente das implicações maiores do plano de Deus para a sua nação e para a humanidade.
Porém, no entendimento de Maria, Deus não era apenas poderoso e digno de louvor, mas também misericordioso e, aparentemente, revelava uma consideração especial pelos humildes, oprimidos e pobres. O anjo tinha acabado de ir embora após anunciar as “boas-novas” do iminente nascimento de Jesus a Maria, e ela já estava a cantar o seguinte: “[O Senhor] derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos” (Lucas 1:52, 53).
Logo no início da história da vida de Jesus na Terra, Ele foi apresentado como um governante (veja Lucas 1:43), mas um governante de um reino diferente. Conforme muitos comentadores descreveram, o reino de Deus a ser inaugurado e estabelecido por Jesus era um “reino invertido” quando comparado à ordem social comum dos reinos deste mundo. Nas descrições do reino de Jesus, os poderosos e ricos deste mundo eram os menores, e os pobres e oprimidos eram libertados, satisfeitos e elevados.
Se a igreja deve ser uma expressão do reino de Deus, ela desempenha bem a sua função de exemplificar o “reino invertido” descrito por Maria? Como algo assim podia ser manifestado, sem que sejamos injustos com os ricos e poderosos, que também são recebedores do amor de Cristo?