Domingo, 01 de Agosto
José fazia parte de uma família disfuncional. Era bisneto de Abraão e de Sara. Quando Sara percebeu que era estéril, ela convenceu Abraão a procurar Agar, a sua serva. Quando Agar ficou grávida, a rivalidade começou. Ao crescerem nesta atmosfera, Ismael e Isaque levaram a tensão para a família. Isaque fez questão de favorecer Esaú, e Jacó passou a vida a tentar ganhar o amor e o respeito do seu pai. Depois, Jacó foi enganado, casando-se com duas irmãs que competiam entre si para procriar, até recrutando as suas criadas para gerar filhos.
1. Reveja o incidente detalhado em Génesis 34. Que impacto emocional e relacional teria este incidente causado na família como um todo e também em José?
A rivalidade entre as mães espalhou-se para os filhos, que cresceram prontos para lutar. No início da fase adulta, os irmãos mais velhos de José massacraram os homens da cidade de Siquém. O irmão mais velho, Rúben, afrontou o seu idoso pai ao dormir com Bila, a serva de Raquel e mãe de vários filhos de Jacó (Génesis 35:22). Judá, outro irmão de José, confundiu a sua nora viúva com uma prostituta e acabou por ter gémeos com ela (Génesis 38).
Jacó piorou a tensão familiar pelo seu favoritismo para com José, ao lhe dar uma custosa túnica colorida (Génesis 37:3). Esta foi realmente uma família disfuncional!
2. Porque foram Abraão, Isaque e Jacó listados como heróis da fé em Hebreus 11:17-22, considerando os seus complicados relacionamentos familiares?
Os heróis da fé ficaram muitas vezes aquém das suas próprias expectativas e das expectativas de Deus. Estes homens não estão listados em Hebreus 11 por causa dos seus relacionamentos familiares complicados, mas apesar deles. Eles aprenderam – geralmente da maneira mais difícil – sobre fé, amor e confiança em Deus enquanto lutavam com estes problemas familiares.
Herdou alguma disfunção familiar? A sua entrega ao Senhor e à Sua vontade pode quebrar esse padrão e produzir um milagre na sua vida?
Segunda-feira, 02 de Agosto
Escolher Uma Nova Direção
José levou consigo a dor, os relacionamentos complicados e a ansiedade ao viajar para o Egito, para onde foi vendido. A viagem não foi tranquila, e ao longo do trajeto era difícil conter as lágrimas. “José estava a caminho do Egito, levado pelos donos da caravana que o haviam comprado. Tendo a caravana se dirigido ao sul, em direção às fronteiras de Canaã, o jovem conseguiu ver à distância as colinas entre as quais estavam as tendas de seu pai. Chorou amargamente ao pensar naquele pai amoroso, em sua solidão e aflição. Novamente se lembrou do que havia acontecido em Dotã. Viu seus irmãos irados e sentiu os olhares furiosos que lhe dirigiram. Ainda soavam em seus ouvidos as palavras dolorosas e os insultos dirigidos a ele diante de suas súplicas desesperadas. Com o coração tremente, olhou para o futuro. Que mudança! De filho querido e amado a escravo desprezado e desamparado! Sozinho e sem amigos, qual seria seu destino naquela terra estranha para onde estava indo? Por algum tempo, José se entregou a uma tristeza e terror incontroláveis. [...]”
“Então seus pensamentos se voltaram para o Deus de seu pai. Na infância foi ensinado a amá-Lo e reverenciá-Lo. Muitas vezes, na tenda do pai, tinha ouvido a história da visão de Jacó quando saiu de sua casa como exilado e fugitivo [...]. Entregou-se completamente ao Senhor ali mesmo e orou para que o Guarda de Israel estivesse com ele em seu exílio.” Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 213, 214
Algumas culturas enfatizam a função da comunidade acima da do indivíduo, enquanto outras destacam a função do indivíduo. Embora encontremos equilíbrio entre essas duas funções nas Escrituras, há um chamado ao compromisso pessoal e colectivo com Deus. José encontrou descanso nos seus relacionamentos ao tomar a decisão pessoal de seguir a Deus.
3. O que ensina a Bíblia sobre o compromisso pessoal? Deuteronómio 4:29; Josué 24:15; 1 Crónicas 16:11; Salmos 14:2; Provérbios 8:10; Isaías 55:6
Para encontrar descanso, devemos tomar a decisão de seguir a Deus. Mesmo que os nossos pais tenham sido gigantes espirituais, a sua fé não é transmitida geneticamente. Lembre-se: Deus tem apenas filhos, não netos.
É importante assumir a cada dia o compromisso com Deus? O que acontece se não fazemos isto?
Terça-feira, 03 de Agosto
Encontrar O Verdadeiro Valor Próprio
Se José tinha nutrido esperanças de escapar e voltar para casa, elas foram frustradas ao chegar ao Egito, onde foi revendido a uma família importante. Génesis 39:1 declara que “Potifar, eunuco de Faraó, capitão da guarda, varão egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá.”. Ele foi introduzido numa nova língua e cultura estrangeiras. A nossa família e relacionamentos são essenciais para a nossa autoestima. José cresceu a acreditar que era especial – o filho mais velho da esposa mais amada (Génesis 29:18). Ele era o favorito do pai e o único que tinha uma bela túnica colorida (Génesis 37:3, 4).
Mas quem era ele naquele momento? Um escravo que poderia ser comprado ou vendido à vontade. Repare como a sua situação mudou. Parecia que a vida se tinha voltado contra ele.
José aprendeu a lição que todos temos que aprender. Se dependermos de outras pessoas para nos dizerem o nosso valor, vamos enfrentar uma jornada difícil e ficar terrivelmente confusos, porque nem todos vão apreciar quem somos ou a nossa maneira de ser. Em vez disso, precisamos encontrar o nosso valor próprio no que Deus pensa de nós – como Ele nos vê – e não nas funções que desempenhamos atualmente.
4. Como é que Deus vê cada um de nós? Isaías 43:1; Malaquias 3:17; João 1:2; João 15:15; Romanos 8:14; 1 João 3:1, 2
Deus vê cada um de nós com olhos de graça. Ele vê potencial, beleza e talento que nem podemos imaginar. No fim das contas, Ele estava preparado para morrer por nós para que pudéssemos ter a oportunidade de nos tornar tudo o que fomos criados para ser. Embora nos mostre a nossa pecaminosidade e o grande preço da nossa redenção, a cruz também nos mostra o nosso imenso valor para Deus. Independentemente do que os outros pensam de nós ou mesmo do que pensamos de nós mesmos, Deus ama-nos e busca redimir-nos não apenas do poder do pecado hoje, mas da morte eterna que o pecado acarreta.
Portanto, a pergunta essencial é sempre a mesma: como reagimos à realidade do amor de Deus, conforme revelado em Jesus Cristo?
Muitos grupos e indivíduos afirmam que nos devemos amar como somos e aceitar-nos indiscriminadamente. Porque é que isto é um autoengano? Porque é importante que o nosso valor venha de fora de nós mesmos e Daquele que nos criou e conhece o nosso verdadeiro potencial?