Quinta-feira, 22 de Julho
Depois de superar um fracasso embaraçoso e experimentar o perdão, a coisa mais natural a fazer é tentar esquecer que o evento aconteceu. As lembranças de derrotas podem ser dolorosas.
9. O que desejava Davi fazer com a sua experiência dolorosa? Salmos 51:13-19
Quando uma tigela ou um vaso precioso cai e se parte, normalmente suspiramos e deitamos fora os cacos inúteis. No Japão, existe uma arte tradicional chamada kintsugi, especializada em recriar cerâmica partida. Um metal precioso, como ouro ou prata líquidos, é usado para colar as peças partidas e transformar o objecto destruído em algo belo e com valor.
Cada vez que Deus perdoa as nossas transgressões e nos recria, algo muda. O precioso perdão de Deus cola os nossos pedaços, e as fissuras visíveis podem chamar a atenção para a Sua graça. Podemos tornar-nos os alto-falantes de Deus. “A minha língua exaltará a Tua justiça” (Salmos 51:14). Não nos tentamos reparar nem melhorar por nós mesmos. O nosso espírito quebrantado, o nosso coração contrito, são louvores suficientes a Deus – e são raios de luz que o mundo pode ver. A nossa experiência de ter sido perdoados atrai aqueles que buscam o perdão.
10. Que relação existe entre o Salmo 51 e 1 João 1:9?
O texto de 1 João 1:9 é um resumo do Salmo 51. Tal como Davi sabia que Deus não desprezaria um coração quebrantado e contrito (Salmos 51:17), João assegurou-nos que, “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9). Podemos crer na palavra de Deus.
Davi não conseguiu reparar o tremendo dano que tinha causado à sua família através dos seus actos e exemplo. Ele sofreu as consequências das suas decisões e acções. Mesmo assim, Davi sabia que tinha sido perdoado. Ele sabia que, pela fé, precisava crer que um dia o verdadeiro Cordeiro de Deus viria e tomaria o seu lugar.
Como podemos aplicar as promessas de 1 João 1:9 à nossa vida? O que devemos sentir depois de fazer isto e de saber que a promessa também é para nós?
Sexta-feira, 23 de Julho
Estudo Adicional
“O arrependimento de Davi foi sincero e profundo. Não houve esforço para atenuar seu delito. Sua oração não foi inspirada em nenhum desejo de escapar dos juízos que o ameaçavam. [...], percebeu a contaminação de sua alma e sentiu repugnância por si mesmo em consequência de seu pecado. Não era unicamente pelo perdão que ele orava, mas pela pureza de coração. [...] Nas promessas de Deus aos pecadores arrependidos, ele via a prova de seu perdão e aceitação. ‘[...] Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; Coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus’ (Salmos 51:16, 17). [...] Embora Davi tivesse caído, o Senhor o levantou. [...] Davi se humilhou e confessou seu pecado, enquanto Saul desprezou a reprovação e endureceu o coração na impenitência. Esse episódio da história de Davi [...] é uma das mais fortes ilustrações que nos são dadas sobre as lutas e tentações da humanidade, do arrependimento genuíno [...].”
“Em todos os séculos, [...] milhares dos filhos de Deus, quando traídos pelo pecado [...], têm se lembrado [... do] arrependimento e [... da] confissão sincera de Davi [e] essas pessoas têm encontrado ânimo para se arrependerem e para andar novamente no caminho dos mandamentos de Deus. “Todos aqueles que [...] se humilharem em confissão e arrependimento, como fez Davi, podem ter certeza de que existe esperança para eles. [...] O Senhor nunca rejeitará uma pessoa verdadeiramente arrependida.” Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 725, 726
Perguntas para consideração:
1. Como podemos equilibrar a consciência do pecado com a certeza do perdão?
2. Porque é que todo o pecado, em última instância, é contra Deus? O que significa isto?
3. O que podemos dizer às pessoas que não aceitam que os inocentes sofram? Como podemos explicar o amor de Deus nestas situações? O grande conflito oferece uma perspectiva proveitosa?
4. A Bíblia narra a sórdida história de Davi e Bate-Seba. Qual é o propósito deste relato?
5. O pecado separa-nos de Deus (Salmos 51:11, 12). Como acontece isto? Porque é que esta separação é tão desconfortável? Porque é que a promessa da graça é o único remédio para a culpa?