Segunda-feira, 19 de Julho
Num momento sombrio da vida de Davi, havia boas-novas: Deus enviou o profeta Natã, que tinha aconselhado Davi nos seus planos de construir um templo (2 Samuel 7). Então, o profeta foi enviado ao rei com uma tarefa diferente.
3. Porque é que Natã preferiu contar uma história, em vez de envergonhar Davi imediatamente? 2 Samuel 12:1-14
Natã soube o que dizer, e o fez de uma forma que Davi entendesse. Ele contou uma história com a qual Davi, o antigo pastor, se identificou. Ele conhecia o senso de justiça e integridade de Davi. Em certo sentido, Natã “armou uma armadilha”, e Davi caiu nela.
Quando Davi pronunciou inadvertidamente a sua própria sentença de morte, Natã disse-lhe: “Tu és este homem” (2 Samuel 12:7). Há modos diferentes de dizer “Tu és este homem”. Podemos gritar, acusar e por o dedo na cara da pessoa, ou podemos expressar preocupação. Natã misturou as suas palavras com graça. Davi sentiu a dor que Deus sente quando os Seus filhos abandonam a Sua vontade. Algo fez Davi cair em si. Algo quebrou o seu coração.
4. Porque respondeu Davi: “Pequei contra o Senhor”, em vez de dizer: “pequei contra Bate-Seba” ou “sou homicida”? 2 Samuel 12:13; Salmos 51:4
Davi reconheceu que o pecado, que inquieta o coração, afronta principalmente a Deus. Quando nos ferimos, afectamos outras pessoas. Trazemos desgraça para a família e a igreja. Mas ferimos também a Deus e colocamos outro prego na cruz que, no Gólgota, apontou para o Céu.
“A repreensão de Natã tocou o coração de Davi, despertou a sua consciência, e a terrível gravidade do seu crime veio à tona. O seu ser curvou-se arrependido diante de Deus. Com lábios trêmulos, disse: “Pequei contra o Senhor!” (v. 13). Todo o mal que é feito a alguém reflecte-se em Deus. Davi tinha cometido um grave pecado contra Urias e Bate-Seba e sentiu isso profundamente. No entanto, o seu pecado contra Deus era infinitamente maior.” Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 722
Terça-feira, 20 de julho
Depois de Davi pronunciar involuntariamente juízo sobre si mesmo (2 Samuel 12:5, 6), Natã confrontou-o com a enormidade do seu pecado. O coração de Davi foi quebrado, e ele confessou a sua transgressão. Natã assegurou-lhe Imediatamente: “Também o Senhor traspassou o teu pecado” (2 Samuel 12:13). Ele estava perdoado. Não há prazo de espera para o perdão de Deus. Davi não precisou provar que estava a ser sincero antes que o perdão fosse concedido. No entanto, Natã, que já tinha predito as consequências do pecado de Davi em 2 Samuel 12:10-12, afirmou que aquele filho morreria.
5. Deus tirou o pecado de Davi. Isto significa que Ele simplesmente esqueceu o passado? As pessoas costumam esquecer o que aconteceu? 2 Samuel 12:10-23
Davi também deve ter pensado nestas questões ao ver o seu mundo desmoronar – o bebé morto, a sua família em desordem (as histórias de Amnom e Absalão são dois exemplos de problemas familiares), o seu futuro incerto. Contudo, apesar das consequências deste pecado, que afectou inocentes como Urias e a criança recém-nascida, Davi entendeu que a graça de Deus cobriria o seu pecado, e que um dia todas as consequências seriam eliminadas. Entretanto, ele encontraria na graça de Deus o descanso para a sua consciência atribulada.
6. Na opinião de Davi, do que precisava ele? Pelo que ansiava? Salmos 51:1-6
No Salmo 51, Davi abriu o seu coração e confessou os seus pecados. O clamor por misericórdia foi um apelo ao amor de Deus e à Sua compaixão. Ele ansiava por renovação.
Quando consideramos o custo do descanso em Jesus, devemos reconhecer primeiro que precisamos de ajuda; somos pecadores e necessitamos do Salvador; confessamos os nossos pecados e clamamos ao Único que nos pode lavar e renovar. Quando fazemos isto, somos encorajados. Mesmo sendo um adúltero, manipulador, assassino, que tinha transgredido pelo menos cinco dos Dez Mandamentos, Davi suplicou o perdão de Deus.
Se Deus perdoou Davi pelo que ele fez, certamente há esperança para todos nós!
Quarta-feira, 21 de Julho
7. Davi confessou o seu pecado sem o tentar desculpar nem encobrir. Depois, o que pediu ele a Deus? Salmos 51:7-12
Ao referir-se à purificação com hissopo, Davi utilizou a terminologia conhecida pelos israelitas que visitavam o santuário. Ao referir-se aos rituais de purificação descritos na Lei de Moisés (Levítico 14:4), ele reconheceu o poder do Sacrifício que viria para tirar os pecados do mundo. Davi também pediu “júbilo” e “alegria”. Diante da enormidade do seu pecado, este pedido não era um pouco audacioso?
Talvez seja proveitoso observar esta paráfrase: “Diz-me que estou perdoado para que eu possa entrar outra vez no santuário, onde possa ouvir o júbilo e a alegria daqueles que Te adoram”.
8. Quando Adão e Eva pecaram, eles esconderam-se de Deus (Génesis 3:8). Porque é que o pedido de Davi foi tão diferente, mesmo depois do seu pecado? Salmos 51:11, 12
Davi não queria perder a consciência de viver na presença de Deus. Ele percebia que sem o Espírito Santo, ele era fraco. Sabia que, com a mesma facilidade com que tinha caído em pecado com Bate-Seba, poderia pecar outra vez. A sua autoconfiança foi destruída.
Davi entendia que as vitórias futuras não viriam dele, mas apenas de Deus, à medida que ele dependesse totalmente do Senhor.
A essência da vida cristã vitoriosa não está em nós, mas em Jesus. Ansiamos pela Sua presença; desejamos o Seu Espírito; queremos a alegria da salvação. Precisamos de renovação, restauração e descanso – um acto divino de recriação. O descanso da criação não está longe do perdão. “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.” (Salmos 51:10). Este verso usa a terminologia da criação. No Antigo Testamento, apenas Deus podia “criar” (bara’) – e, quando somos recriados, podemos descansar.
Já experimentou o júbilo e a alegria da libertação de uma consciência culpada? Algo o está impedir de viver esta bênção? Como é que esta história o pode ajudar?
