A Cena do Quarto Selo
4. Que cena é retratada em Apocalipse 6:7, 8?
A cor do cavalo no quarto selo é expressada pela palavra grega chloros, que é a cor cinza-pálido de um cadáver em decomposição. O nome do cavaleiro era Morte; entretanto, o Inferno [Hades], o lugar dos mortos, acompanhava-o. Ambos receberam autoridade sobre um quarto da Terra para destruir as pessoas pela espada, fome, pragas e feras selvagens (Mateus 24: 7, 8).
A boa notícia é que o poder da Morte e do Inferno [Hades] é muito limitado. Eles só receberam autoridade sobre uma parte (um quarto) da Terra. Jesus assegurou-nos de que Ele tem as chaves do Inferno [Hades] e da Morte (veja Apocalipse 1:18).
5. Recapitule o conteúdo das mensagens às igrejas de Éfeso, Esmirna, Pérgamo e Tiatira (Apocalipse 2). Compare a situação nessas igrejas com as cenas da abertura dos primeiros quatro selos. Que paralelos podemos observar entre elas?
As cenas representadas nos sete selos descrevem a história da igreja. Assim como no caso das sete igrejas, os selos estão relacionados aos diferentes períodos da história cristã. Durante os tempos apostólicos, o evangelho se espalhou rapidamente por todo o mundo. Depois, houve o período de perseguição no Império Romano, desde o final do primeiro século até ao início do quarto século conforme descrito na cena do segundo selo. O terceiro selo aponta para o período de transigência do quarto e quinto séculos, caracterizados por uma fome espiritual da Bíblia, que levou à “Idade das Trevas”. O quarto selo descreve apropriadamente a morte espiritual que caracterizou o cristianismo durante aproximadamente mil anos.
Em Apocalipse 6:6, afirma-se que “o azeite e o vinho” não seriam afetados pela fome representada no terceiro selo. O azeite simboliza o Espírito Santo (1 Samuel 16:13; Atos 10:38), e o vinho novo a salvação (Marcos 2:22). Mesmo quando a Palavra de Deus é escassa, o Espírito atua e a salvação está disponível aos que buscam a verdade?
A Cena do Quarto Selo – Comentários
“Anjos estão a segurar os quatro ventos, representados como um cavalo furioso à procura de se soltar, e arremeter sobre a face de toda a Terra, levando a destruição e a morte na sua esteira. […]
Digo-vos no nome do Senhor Deus de Israel que todas as influências maléficas e desalentadoras estão a ser dominadas por mãos de anjos invisíveis, até que todos os que labutam no temor e amor de Deus sejam selados nas suas frontes.” Carta 138, 1897; Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 409
“Satanás não pode […] manter em morte espiritual uma pessoa que, com fé, recebe a poderosa palavra de Cristo. Deus diz a todos quantos se acham mortos em pecado: “Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos” (Efésios 5:14). Esta palavra é vida eterna. Como a palavra de Deus, que ordenou ao primeiro homem viver, dá-nos ainda vida; como a de Cristo: “Jovem, eu te mando: Levanta-te”, deu a vida ao jovem de Naim, assim esta frase “Levanta-te dentre os mortos”, é vida para a pessoa que a recebe. Deus “nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor” (Colossenses 1:13). Tudo nos é oferecido na Sua palavra. Se recebemos a palavra, temos a libertação.” O Desejado de Todas as Nações, p. 320
“Alguns há na igreja que precisam firmar-se às colunas da nossa fé, aprofundar-se e encontrar um fundamento sólido, em vez de vacilar na superfície da agitação, agindo por impulsos. Há na igreja dispépticos espirituais. Fazem de si mesmos inválidos; a sua debilidade espiritual é resultado da própria conduta instável. São atirados daqui para lá, pelos mutáveis ventos de doutrina, ficando frequentemente confusos e lançados na incerteza por serem inteiramente movidos pelo sentimento. São cristãos sensacionalistas, sempre sedentos de alguma coisa nova e diferente; doutrinas estranhas confundem a sua fé e eles são inúteis à causa da verdade.
Deus pede homens e mulheres estáveis, de propósitos firmes, nos quais se possa confiar em tempos de perigo e provação, tão firmemente arraigados e fundados na verdade como as colinas eternas, que não sejam movidos para a direita nem para a esquerda, mas que marchem sempre avante e se encontrem sempre no lado certo.” Testemunhos para a Igreja, v. 4, p. 75
“O Salvador venceu para mostrar ao homem como ele pode vencer. Todas as tentações de Satanás, Cristo enfrentava com a Palavra de Deus. Confiando nas promessas divinas, recebia poder para obedecer aos mandamentos de Deus, e o tentador não podia alcançar vantagem. […]
Coisa alguma é aparentemente mais desamparada, e na realidade mais invencível, do que a alma que sente o seu nada, e confia inteiramente nos méritos do Salvador. Pela oração, pelo estudo da Sua Palavra, pela fé na Sua constante presença, a mais fraca das criaturas humanas pode viver em contacto com o Cristo vivo, e Ele a segurará com mão que nunca a soltará.” A Ciência do Bom Viver, p. 181, 182
Quarta-feira, 30 de Janeiro
A Abertura do Quinto Selo
6. Leia Apocalipse 6:9, 10. O que acontece nestes versos?
A palavra alma na Bíblia denota a pessoa completa (Génesis 2:7). O martírio do fiel e perseguido povo de Deus foi retratado aqui em termos do sangue sacrifical derramado na base do altar do sacrifício no santuário terrestre (Exodo 29:12; Levítico 4:7). O povo de Deus tem sofrido injustiça e morte por sua fidelidade ao evangelho. Ele clama a Deus, pedindo-Lhe que intervenha e o vingue. Estes textos tratam da injustiça cometida aqui na Terra; eles não falam sobre o estado dos mortos. Afinal, estas pessoas não parecem estar a desfrutar a alegria do Céu.
7. Leia Apocalipse 6:11, Deuteronómio 32:43 e Salmos 79:10. Qual foi a resposta do Céu às orações dos mártires?
Os santos mártires receberam vestes brancas que representam a justiça de Cristo, o que levou à sua vindicação – A Sua dádiva àqueles que aceitam a Sua oferta de graça (Apocalipse 3:5; 19:8). Depois, eles foram informados de que teriam que repousar até que se completasse o número dos seus irmãos, que passariam por uma experiência semelhante. É importante notar que o texto grego de Apocalipse 6:11 não tem a palavra número. O Apocalipse não fala de um número de santos martirizados a ser alcançado antes do retorno de Cristo, mas da plenitude em relação ao seu caráter. O povo de Deus torna-se pleno e perfeito pelo manto da justiça de Cristo, e não pelo seu próprio mérito (Apocalipse 7:9, 10). Os santos mártires não serão ressuscitados nem vindicados até à segunda vinda de Cristo e o início do milénio (Apocalipse 20:4).
A cena do quinto selo aplica-se historicamente ao período anterior e posterior à Reforma, durante o qual milhões de pessoas foram martirizadas por causa da sua fidelidade (Mateus 24:21). Ela também evoca a experiência do povo sofredor de Deus ao longo da história, desde o tempo de Abel (Génesis 4:10) até ao dia em que Deus finalmente vingará “o sangue dos Seus servos” (Apocalipse 19:2).
“Até quando, ó Soberano Senhor?” Esse tem sido o grito do povo sofredor ao longo da história. Quem nunca lutou contra a injustiça? Que conforto encontra na cena do quinto selo?
A Abertura do Quinto Selo – Comentário
“As ferventes orações do Seu povo serão atendidas; pois Deus Se agrada de que o Seu povo O busque de todo o coração e confie Nele como seu libertador. Ele será procurado para fazer estas coisas a favor do Seu povo e Se levantará como o protetor e vingador deles. “Não fará Deus justiça aos Seus escolhidos, que a Ele clamam dia e noite?”.” Lucas 18:7; RH, 21/12/1897; Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1203
“Cristo não nos deu meramente instruções quanto ao caminho em que devemos viajar, mas Ele veio para ser o nosso Mestre. Não nos disse meramente como devíamos obedecer, mas na Sua própria vida deu-nos exemplo prático de como devíamos obedecer. Assim, Ele é um verdadeiro ajudador. Indo à nossa frente Ele abate os obstáculos e diz-nos para andar nas Suas pisadas. O nosso bendito Salvador declara: “Segue-Me. Eu conduzir-te-ei. ‘Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida’ (João 14:6). Aquele que Me segue, não andará na escuridão”. […]
“O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante do Meu Pai e diante dos Seus anjos” (Apocalipse 3:5). As vestes brancas são os trajes da justiça de Cristo, e todos quantos têm essa justiça são participantes da natureza divina. Eles têm gravado sobre si, “o nome do Meu Deus, o nome da cidade do Meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do Meu Deus, e o Meu novo nome”.” Olhando para o Alto [MM 1983], p. 176
“Animo, fortaleza, fé e implícita confiança no poder de Deus para salvar, não nos vêm num instante. Estas graças celestiais são adquiridas pela experiência dos anos. Por uma vida de santo esforço e firme apego à retidão, os filhos de Deus estiveram a selar o seu destino. Assediados de inúmeras tentações, souberam que deviam resistir firmemente ou ser vencidos. Compreenderam que tinham uma grande obra para fazer, e em qualquer momento podiam ser chamados a depor a sua armadura; e se chegassem ao fim da sua vida com seu trabalho inacabado, isso significaria perda eterna. Aceitaram avidamente a luz do Céu, como fizeram os primeiros discípulos, dos lábios de Jesus. Quando estes primitivos cristãos foram exilados para as montanhas e desertos; quando abandonados em masmorras para morrer de fome, de frio, ou pela tortura; quando o martírio parecia ser o único caminho para saírem da sua angústia, regozijaram-se de que fossem considerados dignos de sofrer por amor de Cristo, que por eles foi crucificado. O digno exemplo deles será um conforto e animação para o povo de Deus, que passará por um tempo de angústia tal como nunca houve.” Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 213
Quinta-feira, 31 de Janeiro
A Abertura do Sexto Selo
No quinto selo, vemos o povo de Deus a sofrer injustiça neste mundo hostil e a clamar pela intervenção do Senhor em seu favor. Chegou a hora de Deus intervir em resposta às orações do Seu povo.
8. Leia Apocalipse 6:12-14, Mateus 24:29, 30 e 2 Tessalonicenses 1:7-10.
O que é revelado nestas passagens?
Os últimos três sinais do sexto selo foram aqueles preditos por Jesus em Mateus 24:29, 30. Eles deviam ocorrer perto do fim da “grande tribulação” (Apocalipse 7:14), em 1798, como precursores do segundo advento de Cristo. Como no caso da profecia de Cristo em Mateus 24, o Sol, a Lua, as “estrelas” (meteoros) e o Céu são literais neste verso. O uso da palavra “como” apresenta uma imagem de uma coisa ou acontecimento real – o Sol tornou-se preto como saco de crina, a Lua tornou-se como sangue, e as estrelas caíram sobre a Terra como quando uma figueira deixa cair os seus figos verdes. Os cristãos do mundo ocidental reconheceram o cumprimento das palavras de Jesus na sequência de cada um destes sinais: o terremoto de Lisboa, em 1755; o dia escuro de 19 de Maio de 1780, vivido no leste de Nova York e no sul da Nova Inglaterra; e a espetacular chuva de meteoros no oceano Atlântico, em 13 de novembro de 1833. O cumprimento desta profecia (Apocalipse 6:12-14) levou a uma série de reavivamentos e à conclusão de que a vinda de Cristo estava-se a aproximar.
Leia Apocalipse 6:15 a 17. Leia também Isaías 2:19, Oseias 10:8 e Lucas 23:30. As cenas retratam pessoas, de todas camadas sociais, apavoradas, tentando esconder-se do terror do cataclismo na vinda de Cristo. Elas pedem que as rochas e montanhas caiam sobre si a fim de se esconderem “da face Daquele que Se assenta no trono e da ira do Cordeiro” (Apocalipse 6:16). Chegou o momento para a administração da justiça, enquanto Cristo vem “para ser glorificado nos Seus santos” (2 Tessalonicenses 1:10). O fim dos perversos está descrito em Apocalipse 19:17 a 21.
A cena termina com a pergunta retórica dos ímpios aterrorizados: “É vindo o grande dia da Sua ira; e quem poderá subsistir?” (Apocalipse 6:17; veja também Naum 1:6; Malaquias 3:2). A resposta a esta pergunta é apresentada em Apocalipse 7:4: o povo selado de Deus poderá subsistir naquele dia.
“Quem poderá suportar o dia da Sua vinda?” (Malaquias 3:2). Como responderia a esta pergunta e que razões bíblicas daria para essa resposta?
A Abertura do Sexto Selo – Comentários
“A profecia do Salvador relativa aos juízos que deviam cair sobre Jerusalém há de ter outro cumprimento, do qual aquela terrível desolação não foi senão tênue sombra. Na sorte da cidade escolhida podemos contemplar a condenação de um mundo que rejeitou a misericórdia de Deus e calcou a pés a Sua lei. […] Terríveis têm sido os resultados da rejeição da autoridade do Céu. Entretanto, cena ainda mais tenebrosa se apresenta nas revelações do futuro. Os registros do passado […] que são, em contraste com os terrores daquele dia em que o Espírito de Deus será totalmente retirado dos ímpios, não mais contendo a explosão das paixões humanas e ira satânica! O mundo contemplará então, como nunca dantes, os resultados do governo de Satanás.” O Grande Conflito, p. 36, 37
“Logo os nossos olhares foram dirigidos ao oriente, pois tinha aparecido uma nuvenzinha aproximadamente do tamanho da metade da mão de homem, a qual todos nós soubemos ser o sinal do Filho do homem. Todos nós em silêncio solene olhávamos a nuvem que se aproximava e se tornava mais e mais clara e esplendente, até converter-se numa grande nuvem branca. A parte inferior tinha aparência de fogo; o arco-íris estava sobre a nuvem, enquanto ao redor dela se achavam dez milhares de anjos, entoando um cântico agradabilíssimo; e sobre ela estava sentado o Filho do homem. Os cabelos, brancos e anelados, caíam-Lhe sobre os ombros; e sobre a cabeça tinha muitas coroas. Os pés tinham a aparência de fogo; na Sua destra trazia uma foice aguda e na mão esquerda, uma trombeta de prata. Os Seus olhos eram como chamas de fogo, que profundamente penetravam os Seus filhos. Todos os rostos empalideceram; e os daqueles a quem Deus tinha rejeitado se tornaram negros. Todos nós exclamamos então: “Quem poderá estar em pé? Estão as minhas vestes sem mancha?” Então os anjos cessaram de cantar, e houve algum tempo de terrível silêncio, quando Jesus falou: “Aqueles que têm mãos limpas e coração puro serão capazes de estar em pé; Minha graça vos basta.” Com isto nos iluminou o rosto e encheu de alegria o coração. E os anjos tocaram mais fortemente e tornaram a cantar, enquanto a nuvem mais se aproximava da Terra.” Primeiros Escritos, p. 15, 16
“Mas quem poderá suportar o dia da Sua vinda? E quem poderá subsistir quando Ele aparecer? Porque Ele é como o fogo do ourives e como a potassa dos lavandeiros.” Malaquias 3:2
“Aqueles que professam ser filhos e filhas de Deus deviam representá-Lo no caráter. […] É-nos concedida agora a oportunidade para formar caráter que nos capacite para entrada no reino do Céu. Aqueles que guardam os mandamentos de Deus terão direito à árvore da vida e atravessarão os portões da cidade. Com amor Deus nos deu uma lei para que possamos conhecer e eliminar aqueles traços de caráter que não podem ser tolerados no Céu. Ninguém pode entrar ali sob a acusação de roubo, adultério, maledicência ou negócios duvidosos, pois isso conduziria a outra guerra no Céu. A lei de Deus foi dada para afastar os homens dessas práticas, para que o seu caráter pudesse ser moldado segundo o caráter de Deus.” Olhando para o Alto [MM 1983], p. 106