Lição 5, 26 de Janeiro a 01 de Fevereiro
Sábado à tarde
VERSO PARA MEMORIZAR: “Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o Teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda a tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a Terra.” Apocalipse 5:9, 10
LEITURAS DA SEMANA: Apocalipse 6:1-17; Levítico 26:21-26; Ezequiel 4:16; Deuteronómio 32:43; 2 Tessalonicenses 1:7-10
Em Apocalipse 6, continua a cena dos capítulos 4 e 5, que descrevem Cristo como digno de abrir o livro selado, pois, por Sua vida e morte vitoriosas, Ele recuperou o que foi perdido por Adão. A partir de então Ele estava pronto para levar adiante o plano da salvação até à sua execução final, através da abertura dos selos do livro.
O Pentecostes marcou o início da propagação do evangelho, através da qual Cristo expande o Seu reino. Portanto, a abertura dos selos refere-se à pregação do evangelho e às consequências de rejeitá-lo. A abertura do sétimo e último selo leva-nos à conclusão da história do mundo.
Em Apocalipse 3:21, o significado dos sete selos é decifrado: “Ao vencedor darei o direito de se sentar comigo no Meu trono, assim como Eu também venci e Me sentei com o Meu Pai no Seu trono” (Apocalipse 3:21). Os capítulos 4 e 5 falam da vitória de Cristo e da Sua dignidade, em virtude do Seu sacrifício no Calvário, para ser o nosso Sumo Sacerdote celestial e para abrir o livro. Os últimos versos do capítulo 7 descrevem os vencedores diante do trono de Cristo. Portanto, o capítulo 6 trata do povo de Deus no processo que o leva à vitória, para que possa compartilhar o trono de Jesus.
Comentários de Ellen White: Lição 05 – Os Sete Selos
Sábado à tarde – Introdução
“Os que entrarem na cidade de Deus receberão na fronte a coroa de ouro. Essa será uma cena jubilosa, a qual nenhum de nós pode correr o risco de perder. Lançaremos as nossas coroas aos pés de Jesus, e dar-Lhe-emos glória, louvando o Seu santo nome. Anjos unir-se-ão a nós nos cânticos de triunfo. Dedilhando as suas harpas de ouro, encherão todo o Céu de rica música e hinos ao Cordeiro.” Nos Lugares Celestiais [MM 1968], p. 221
“A cruz de Cristo será o cântico dos remidos por toda a eternidade. No Cristo glorificado eles contemplarão o Cristo crucificado. Jamais se esquecerão de que Aquele cujo poder criou e manteve os inumeráveis mundos através dos vastos domínios do espaço, o Amado de Deus, a Majestade do Céu, Aquele a quem querubins e resplendentes serafins se deleitavam em adorar – humilhou-Se para levantar o homem decaído; que Ele carregou a culpa e a vergonha do pecado e Se escondeu da face do Seu Pai, até que as misérias de um mundo perdido Lhe quebrantaram o coração e aniquilaram a vida na cruz do Calvário. O facto de o Criador de todos os mundos, o Árbitro de todos os destinos, deixar a Sua glória e Se humilhar por amor do homem, despertará eternamente a admiração e a adoração do Universo. Ao olharem as nações dos salvos para o seu Redentor e contemplarem a glória eterna do Pai resplandecendo no Seu semblante; ao verem o Seu trono que é de eternidade em eternidade, e saberem que o Seu reino não terá fim, irrompem em canção: ‘Digno, digno é o Cordeiro que foi morto, e nos remiu para Deus com o Seu mui precioso sangue!’” O Grande Conflito, p. 651
“Não se alcança posição no reino de Deus mediante favoritismo. Não é adquirida nem recebida mediante concessão arbitrária. É o resultado do caráter. A coroa e o trono são a prova de uma condição conquistada – prova do domínio do eu através da graça do nosso Senhor Jesus Cristo.
Muito tempo depois, quando João tinha sido levado à apreciação de Cristo mediante participação nos Seus sofrimentos, o Senhor Jesus revelou-lhe qual a condição de estar perto do Seu reino. “Ao que vencer”, disse Cristo, “lhe concederei que se assente comigo no Meu trono; assim como Eu venci, e Me assentei com o Meu Pai no Seu trono” (Apocalipse 3:21). Aquele que permanece mais próximo de Cristo é o que tem bebido mais profundamente do Seu espírito de amor que vai ao sacrifício – amor que “não trata com leviandade, não se ensoberbece […] não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal” (1 Coríntios 13:4, 5) – amor que atua no discípulo, como atuou no nosso Senhor, levando-O a dar tudo, a viver, a trabalhar e sacrificar-Se até à própria morte, pela salvação da humanidade.” Atos dos Apóstolos, p. 543
Domingo, 27 de Janeiro
A Abertura do Primeiro Selo
1. Leia Apocalipse 6:1-8, Levítico 26:21-26 e Mateus 24:1-14. Observe as palavras-chave em comum nestes textos. Qual é o significado dos quatro primeiros selos com base nestes paralelos?
Os acontecimentos representados nos sete selos devem ser entendidos no contexto das maldições da aliança do Antigo Testamento, especificadas em termos de espada, fome, pestes e feras do campo (Levítico 26:21-26). Ezequiel chamou-os os “quatro terríveis juízos” de Deus (Ezequiel 14:21). Eram juízos disciplinares pelos quais o Senhor, buscando despertar o Seu povo para a sua condição espiritual, castigou-o quando ele se tornou infiel à aliança. De forma semelhante, os quatro cavaleiros são o meio que Deus usa para manter o Seu povo desperto enquanto aguarda o retorno de Jesus.
Há também paralelos entre os primeiros quatro selos e Mateus 24:4-14, em que Jesus explicou o que aconteceria no mundo. Os quatro cavaleiros são o meio pelo qual Deus mantém o Seu povo no caminho certo, lembrando-o de que este mundo não é o seu lar.
Embora de maneira simbólica, o texto de Apocalipse 6:1, 2 também trata de vitória. Isto lembra-nos Apocalipse 19:11 a 16, que retrata Cristo num cavalo branco, conduzindo os Seus exércitos celestiais de anjos para libertar o Seu povo na Sua segunda vinda. Como símbolo de pureza, a cor branca é regularmente associada a Cristo e aos Seus seguidores. O cavaleiro montado no cavalo segura um arco e recebe uma coroa, o que lembra a imagem de Deus no Antigo Testamento, montado num cavalo com um arco na Sua mão enquanto vencia os inimigos do Seu povo (Hebreus 3:8-13; Salmos 45:4, 5). A palavra grega para se referir à coroa (Apocalipse 6:2) usada pelo cavaleiro é stephanos, que é a coroa da vitória (Apocalipse 2:10; 3:11). Este cavaleiro é um vencedor que sai vencendo e para vencer.
A cena do primeiro selo descreve a propagação do evangelho, que iniciou poderosamente no Pentecostes, pela qual Cristo começou a expandir o Seu reino. Havia, e ainda há, muitos territórios para serem conquistados e muitas pessoas para se tornarem seguidoras de Jesus, até que a vitória final seja alcançada com a vinda de Cristo em glória.
Profeticamente, a cena do primeiro selo corresponde à mensagem para a igreja de Éfeso. Ela descreve o período apostólico do primeiro século, durante o qual o evangelho se espalhou rapidamente em todo o mundo (Colossenses 1:23).
Porque nos devemos sempre lembrar de que, em Cristo, estamos do lado vencedor, independentemente das nossas circunstâncias imediatas?
A Abertura do Primeiro Selo – Comentários
“Anjos estão a segurar os quatro ventos, representados como um cavalo furioso à procura de se soltar, e arremeter sobre a face de toda a Terra, levando destruição e morte na sua esteira. […]
Digo-vos no nome do Senhor Deus de Israel que todas as influências maléficas e desalentadoras estão a ser dominadas por mãos de anjos invisíveis, até que todos os que labutam no temor e amor de Deus sejam selados nas suas frontes.” Carta 138, 1897; Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 409
“Como não sabemos o tempo exato da Sua vinda, somos advertidos a vigiar. “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando!” (Lucas 12:37, 42). Os que vigiam, à espera da vinda do Senhor, não aguardam em ociosa expectativa. A expectação da vinda do Senhor fará os homens temerem-No, bem como aos Seus juízos contra a transgressão. Deve despertá-los para o grande pecado de Lhe rejeitar os oferecimentos de misericórdia. Os que aguardam o Senhor, purificam a alma pela obediência da verdade. Com a vigilante espera, combinam ativo serviço. Como sabem que o Senhor está às portas, o seu zelo é avivado para cooperar com as forças divinas para a salvação de pessoas.” O Desejado de Todas as Nações, p. 634
“’E, tardando o esposo, todas ficaram com sono, e adormeceram.’ Pela tardança do esposo é representada a passagem do tempo em que o Senhor era esperado, o desapontamento, e a aparente demora. Neste tempo de incerteza, o interesse dos que eram superficiais e não de todo sinceros começou logo a vacilar, arrefecendo os seus esforços; mas aqueles cuja fé se baseava no conhecimento pessoal da Escritura Sagrada, tinham sob os pés uma rocha que as ondas do desapontamento não podiam derruir. “Todas ficaram com sono, e adormeceram”, uma classe na indiferença e abandono da sua fé, outra à espera pacientemente até que mais clara luz fosse proporcionada. Todavia, na noite de prova, a última pareceu perder, até certo ponto, o zelo e a devoção. Os que eram medianamente dedicados e superficiais já não puderam apoiar-se à fé dos seus irmãos. Cada qual tinha de, por si mesmo, ficar em pé ou cair.” O Grande Conflito, p. 394, 395
“Em breve será travada a batalha do Armagedom. Aquele em cuja vestimenta está escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores, conduz os exércitos do Céu montados em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro (Eventos Finais, p. 251). Será travada a batalha do Armagedom, e esse dia não deverá surpreender nenhum de nós adormecido. Devemos estar bem despertos, como as virgens prudentes, tendo azeite nas nossas vasilhas e lâmpadas. […]
O poder do Espírito Santo deve estar sobre nós, e o Capitão do exército do Senhor estará à frente dos anjos do Céu para dirigir a batalha. Ainda ocorrerão diante de nós solenes acontecimentos. Soará uma trombeta após a outra, será derramada uma taça após a outra sobre os habitantes da Terra. Cenas de estupendo interesse estão precisamente diante de nós.” Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 1098
Segunda-feira, 28 de Janeiro
Segundo e Terceiro Selos
2. Leia Apocalipse 6:3, 4. Com base na descrição do cavalo vermelho e do seu cavaleiro, o que é dito em referência ao evangelho?
Vermelho é a cor do sangue. O cavaleiro tinha uma grande espada e foi-lhe permitido tirar a paz da Terra, o que abriu caminho para que as pessoas se matassem umas às outras (Mateus 24:6).
O segundo selo descreve as consequências da rejeição do evangelho, iniciada no segundo século. Enquanto Cristo travava uma guerra espiritual através da pregação do evangelho, as forças do mal apresentavam uma forte resistência. Isso resultou em perseguição. O cavaleiro não foi responsável pela matança. Em vez disso, quando ele tirou a paz da Terra, como resultado, ocorreu inevitavelmente a perseguição (veja Mateus 10:34).
3. Leia Apocalipse 6:5, 6, Levítico 26:26 e Ezequiel 4:16. Que realidade associada à pregação do evangelho é referida na descrição do cavalo preto e do seu cavaleiro?
O cavaleiro do cavalo preto tinha uma balança para pesar alimentos. Foi feito um anúncio: “Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário” (Apocalipse 6:6). Naquela parte do mundo, o cereal, o azeite e o vinho eram as necessidades básicas da vida (Deuteronómio 11:14). Comer pão pesando cuidadosamente o cereal significava grande escassez ou fome (Levítico 26:26; Ezequiel 4:16). Nos dias de João, um denário era um salário diário (Mateus 20:2). Em circunstâncias normais, com um salário diário era possível comprar todo o necessário para a família naquele dia. No entanto, uma escassez de alimentos inflacionaria muito o preço normal. Na cena do terceiro selo, levaria um dia inteiro de trabalho para que fosse possível comprar comida suficiente para apenas uma pessoa. Para alimentar uma pequena família, um salário diário seria usado para comprar três medidas de cevada, um alimento mais barato e inferior utilizado pelos pobres.
A cena do terceiro selo indica outras consequências da rejeição do evangelho, no contexto do quarto século, à medida que a igreja ganhava poder político. Se o cavalo branco representa a pregação do evangelho, o cavalo preto significa a ausência do evangelho, substituído por tradições humanas. O cereal na Bíblia simboliza a Palavra de Deus (Lucas 8:11). A rejeição do evangelho inevitavelmente resulta em uma fome da Palavra de Deus semelhante à escassez profetizada por Amós (Amós 8:11-13).
Segundo e Terceiro Selos – Comentários
“Falando de Si, Cristo disse: “Não cuideis que vim trazer a paz à Terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mateus 10:34). Príncipe da paz, era Ele não obstante causa de divisão. Aquele que veio proclamar alegres novas e promover a esperança e alegria no coração dos filhos dos homens, abriu uma controvérsia que arde profundamente e desperta intensa paixão no coração humano. E Ele adverte os Seus seguidores: “No mundo tereis aflições” (João 16:33). “Lançarão mão de vós, e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões, e conduzindo-vos à presença de reis e presidentes, por amor do Meu nome. E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós” (Lucas 21:12, 16).
O mesmo espírito que nos séculos escuros enviou homens e mulheres à prisão, ao exílio, e à morte. […] está ainda a agir com maligna energia em corações não regenerados. A história da verdade tem sido sempre o relato da luta entre o direito e o erro. A proclamação do evangelho tem sido sempre levada avante neste mundo em face de oposição, perigos, perdas e sofrimentos.” Atos dos Apóstolos, p. 84, 85
“O mesmo se dá hoje. Os homens lançam-se à caça de lucro e satisfação própria como se não houvesse Deus, nem Céu, nem vida futura. Nos dias de Noé foi dada a advertência do dilúvio vindouro para despertar os homens da sua impiedade e convidá-los ao arrependimento. Assim a mensagem da próxima vinda de Cristo visa a despertar os homens do seu enlevo nas coisas temporais. Destina-se a acordá-los para o senso das realidades eternas, para que atendam ao convite para a ceia do Senhor.
O mundo perece pela carência do evangelho. Há fome da Palavra de Deus. Poucos pregam a Palavra não misturada com tradições humanas. Embora os homens tenham nas mãos a Bíblia, não recebem as bênçãos que, para eles, Deus nela colocou. O Senhor chama os Seus servos para levar a mensagem ao povo. A Palavra da vida eterna deve ser dada aos que perecem em seus pecados.” Parábolas de Jesus, p. 228, 229
“Naquele dia, multidões desejarão o abrigo da misericórdia de Deus, abrigo que durante tanto tempo desprezaram. “Eis que vêm dias, diz o Senhor Jeová, em que enviarei fome sobre a Terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. E irão vagabundos de um mar até outro mar e do Norte até ao Oriente; correrão por toda a parte, buscando a Palavra do Senhor, e não a acharão”.” Amós 8:11, 12; O Grande Conflito, p. 629