4.8.18

Regresso a Jerusalém

Quinta-feira, 02 de Agosto

Tendo fugido de Damasco, Paulo voltou para Jerusalém pela primeira vez desde que tinha partido como um perseguidor. Isto aconteceu três anos depois da sua conversão (Gálatas 1:18). Não foi um regresso fácil, pois ele enfrentou problemas tanto dentro quanto fora da igreja.

5. Leia Atos 9:26-30. O que aconteceu com Paulo quando ele chegou a Jerusalém?

Em Jerusalém, Paulo tentou juntar-se aos apóstolos. Embora, naquela época, ele já fosse cristão há três anos, a notícia da sua conversão parecia tão inacreditável que os apóstolos, como Ananias antes deles, estavam bastante céticos. Eles temiam que isto fizesse parte de uma conspiração cuidadosamente elaborada. Barnabé, um levita de Chipre (Atos 4:36, 37), portanto, um judeu helenista, abrandou a resistência dos apóstolos e apresentou-lhes Paulo. Eles também devem ter ficado maravilhados com o que Deus fizera a Paulo, quando perceberam que ele era um cristão genuíno.

Esta resistência, no entanto, nunca desapareceria por completo – se não por causa das ações passadas de Paulo em perseguir a igreja, então, pelo menos por causa do evangelho que ele pregava. Como no caso de Estêvão, os judeus cristãos da Judeia, incluindo os apóstolos, demoraram muito para compreender o alcance universal da fé cristã – uma fé já não se baseava no sistema cerimonial do Antigo Testamento, especialmente no sistema sacrificial, que tinha perdido a sua validade com a morte de Jesus na cruz. As relações mais próximas de Paulo dentro da igreja na Judeia sempre foram com os cristãos helenistas: além do próprio Barnabé, o seu círculo de amigos incluía Filipe, um dos sete (Atos 21: 8), e Mnasom, também de Chipre (Atos 21:16). Muitos anos depois, os líderes da igreja de Jerusalém ainda acusariam Paulo de pregar basicamente a mesma doutrina que Estêvão tinha pregado anteriormente (Atos 21:21).


Durante os quinze dias que ficou em Jerusalém (Gálatas 1:18), parece que Paulo decidiu partilhar o evangelho com os mesmos judeus incrédulos que ele tinha instigado contra Estêvão algum tempo antes. No entanto, Assim como acontecera com Estêvão, os seus esforços encontraram forte oposição, representando uma ameaça à sua vida. Numa visão, Jesus disse-lhe para deixar Jerusalém pela sua própria segurança (Atos 22:17-21). Com a ajuda dos irmãos, ele foi até ao porto da cidade de Cesareia e, de lá, seguiu para a sua cidade natal na Cilícia, onde ficou durante vários anos antes de iniciar as suas viagens missionárias.