Segunda-feira, 20 de Agosto
Uma das grandes questões neste conflito era a circuncisão. Ela não era uma ordenança humana (compare com Mateus 15:2, 9). Em vez disso, a circuncisão tinha sido estabelecida por Deus como sinal da Sua aliança com os descendentes de Abraão, o Seu povo (Genesis 17:9-14).
2. Leia Êxodo 12:43-49. Além dos filhos de Israel, quem devia ser circuncidado?
As bênçãos da aliança não estavam restritas aos filhos de Israel, mas eram estendidas a qualquer escravo ou estrangeiro que desejasse experimentá-las, desde que fosse circuncidado. Depois da circuncisão, o estrangeiro teria o mesmo status diante de Deus dum israelita nato: ele seria “como o natural da terra” (Êxodo 12:48).
A circuncisão, portanto, era indispensável (para um homem) ser membro pleno da comunidade da aliança de Deus. E visto que Jesus era o Messias de Israel, parecia natural aos judaizantes insistir que nenhum gentio poderia beneficiar-se da Sua salvação sem antes se tornar judeu.
3. Leia Romanos 3:30; 1 Coríntios 7:18; Gálatas 3:28; 5:6. Como compreendia Paulo a circuncisão?
Ao afirmar que nenhum gentio podia ser salvo sem primeiro se unir ao judaísmo, os judaizantes estavam a misturar dois conceitos diferentes: aliança e salvação. Ser membro da comunidade da aliança de Deus não garantia a salvação (Jeremias 4:4; 9:25). Além disso, o próprio Abraão foi salvo (justificado) pela fé, o que aconteceu antes da circuncisão, e não por causa dela (Romanos 4:9-13). A salvação sempre foi pela fé, enquanto a aliança foi uma provisão graciosa através da qual Deus se ia revelar a Si mesmo e ao Seu plano de salvação ao mundo inteiro. Israel tinha sido escolhido para este propósito (Genesis 12:1-3).
No entanto, o problema era que, ao associar de maneira muito próxima a aliança e a salvação, estes cristãos judeus chegaram a considerar a circuncisão como algo meritório. Contudo, a graça salvadora de Deus não age onde as obras humanas atuam. Portanto, impor a circuncisão aos cristãos gentios como meio de salvação era distorcer a verdade do evangelho (Gálatas 1:7; 2:3-5), anular a graça de Deus (Gálatas 2:21) e tornar Jesus de nenhum proveito (Gálatas 5:2). Além disto, era negar o caráter universal da salvação (Colossenses 3:11; Tito 2:11). Paulo nunca podia concordar com este tipo de pensamento.
Qual é o perigo de pensar que a salvação é simplesmente resultado de ser membro da igreja certa?