23.8.18

Papa diz aos legisladores católicos que “difundam leis baseadas nos ensinamentos da igreja”

"Papa diz aos legisladores católicos que “difundam leis baseadas nos ensinamentos da igreja”

Isto deu-me arrepios.

“Eles encontram-se com o objetivo de alcançar e disseminar uma visão unificada dos temas propostos, com base nos ensinamentos da Igreja, de acordo com os seus papéis como indivíduos em governos e outras instituições dentro dos seus países.”

Algumas das coisas que aconteceram nesta conferência parecem ótimas, mas o próprio facto de que a Igreja Católica declara abertamente que tem líderes internacionais dedicados a mudar leis em vários países e destacar “fundamentalistas” não nos faz pensar? Será que um dia eles nos vão chamar "fundamentalistas"? Eu acho que eles já o fazem. Não há nenhuma separação entre igreja e estado nesta conferência.

Além disso, se não fosse tão triste seria ridículo que a Igreja Católica queira liderar na preservação da “liberdade religiosa”. Relatório abaixo.

Por Francesca Merlo, Rede de Notícias do Vaticano.

Durante a 9ª reunião anual da Rede Internacional de Legisladores Católicos (RILC), o Santo Padre afirmou que o tema da liberdade religiosa e de consciência, que foi colocado no centro das reflexões durante a reunião do RILC deste ano, é “fundamental e atual”.

Lutar contra os regimes fundamentalistas.

O Papa Francisco lembra aos membros do RILC sobre um dos documentos mais importantes do Concílio Vaticano II, publicado no dia 7 de Dezembro de 1965: A Declaração Dignitatis Humanae, que ainda hoje é relevante. O Papa disse que na época os Padres Conciliares discutiram a preocupação que surgiu em torno dos regimes que fizeram um esforço para forçar os cidadãos a praticar a sua religião e tornar a vida difícil e perigosa para as comunidades religiosas, apesar da liberdade religiosa ser reconhecida nas suas constituições.

O Santo Padre falou depois sobre como a Dignitatis Humanae pode ser aplicada à perseguição religiosa na atualidade - afirmando que, infelizmente, este fenómeno ainda persiste nalguns países. A situação na realidade piorou para os cristãos e outras minorias religiosas que estão sediadas em regiões afetadas pelo fundamentalismo, disse ele.

O fundamentalismo não pode vencer o fundamentalismo.

O Papa Francisco salientou o perigo de combater o fundamentalismo e a intolerância com a mesma quantidade de fundamentalismo e intolerância. Afirmou que hoje em dia a liberdade religiosa deve “lidar conscientemente com duas ideologias opostas e igualmente ameaçadoras: o relativismo secular e o radicalismo religioso - na realidade, radicalismo pseudo-religioso”.

Não é um herói, mas um testemunho.

O Papa Francisco disse aos membros do RILC que, apesar de todos desempenharem papéis diferentes nos seus respectivos países, o que eles têm em comum é a boa vontade de servir ao Reino de Deus através dum compromisso político honesto.

Longe de se sentir ou aparecer como um herói ou uma vítima, o político cristão é chamado, em primeiro lugar, como qualquer pessoa baptizada, a tentar ser uma testemunha - através da humildade e coragem - e propor leis consistentes baseadas na visão cristã da humanidade e da sociedade, sempre procurando colaboração com todos aqueles que partilham estas visões.

Esperança para a liberdade religiosa.

A Rede Internacional de Legisladores Católicos (RILC) é uma associação de legisladores, representantes do governo, especialistas e autoridades civis e políticas. O seu encontro anual inclui uma audiência com o Santo Padre para nutrir a sua formação e educação. Eles encontram-se com o objetivo de alcançar e disseminar uma visão unificada dos temas propostos, com base nos ensinamentos da Igreja, de acordo com os seus papéis como indivíduos em governos e outras instituições dentro de seus países.

Este ano marca a 9ª reunião anual da RILC, sob o título “A Cúpula da Liberdade Religiosa da RILC”. Este tema é dedicado a refletir sobre a atenção que a Igreja colocou nos últimos anos sobre os cristãos perseguidos em todo o mundo e desenvolver futuras iniciativas numa situação em que “há esperança”, de acordo com o Presidente da RILC, Prof. Dr. Christiaan Alting von Geusau."