Quarta-feira, 29 de Agosto
Atenas, o centro intelectual da Grécia antiga, estava literalmente entregue aos ídolos. Estátuas de mármore de pessoas e deuses estavam em todo o lado, especialmente na entrada da ágora (praça pública), o centro da vida urbana. Paulo ficou tão angustiado com a idolatria dominante que mudou a sua prática de ir primeiro à sinagoga e adotou uma estratégia dupla: ele debatia semanalmente na sinagoga com judeus e gentios devotos, e diariamente em praça pública com os gregos (veja Atos 17:15-22).
Como os atenienses estavam sempre dispostos a ouvir algo novo, alguns filósofos interessaram-se pelos ensinamentos de Paulo e convidaram-no a dirigir-se ao Areópago, o conselho superior da cidade. No seu discurso, Paulo não citou as Escrituras nem recapitulou a história do relacionamento de Deus com Israel, como fazia quando falava a uma audiência judaica (compare com Atos 13:16-41). Esta abordagem não faria muito sentido em Atenas. Em vez disso, ele apresentou algumas verdades bíblicas importantes de uma maneira que pagãos cultos pudessem entender.
6. Leia Atos 17:22-31. No seu discurso no Areópago, que verdades sobre Deus, salvação, história e o ser humano pregou Paulo àquelas pessoas?
A maior parte das palavras de Paulo soaram ridículas àquele sofisticado auditório pagão, cujos conceitos sobre Deus e religião eram muito distorcidos. Não sabemos como pretendia Paulo encerrar a sua mensagem, pois ele parece ter sido interrompido no momento em que se referiu ao juízo de Deus sobre o mundo através Daquele que Ele ressuscitara dentre os mortos (Atos 17:31). Esta crença entrava em conflito com dois conceitos gregos: (1) que Deus é totalmente transcendente, não tendo nenhuma relação com o mundo nem interesse nos assuntos humanos; e (2) que quando uma pessoa morre, não pode haver ressurreição. Isto ajuda a explicar porque o evangelho era uma loucura para os gregos (1 Coríntios 1:23) e porque o número de conversos em Atenas foi pequeno.
No entanto, entre os que creram estavam algumas das pessoas mais influentes da sociedade ateniense, como Dionísio, membro do Areópago, e Damaris, cuja menção por nome implica que ela possuía alguma influência, se é que não fosse também membro do conselho (Atos 17:34).
A abordagem diferente de Paulo diante do Areópago mostra a sua consciência das diferenças sociais e culturais. Ele até citou um poeta pagão (Atos 17:28) para apresentar o seu argumento. Como podemos usar diferentes métodos para alcançar pessoas diferentes?