12.11.21

Escola Sabatina 09-12.11.21

Terça-feira, 09 de Novembro


Letov Lak

Os céticos, que procuram razões para rejeitar a Bíblia, apontam para algumas palavras fortes de Deus que aparecem no AT. A ideia é que o Deus do AT era severo, vingativo e mesquinho, em contraste com Jesus. Esse não é um argumento novo, mas é tão falho agora como era quando foi promovido há muitos séculos.

Vez após vez, o AT apresenta o Senhor amando Seu povo e desejando somente o que era melhor para ele, e esse amor aparece com intensidade em Deuteronômio.

4. Leia Deuteronômio 10:1-15. Qual é o contexto imediato desses versos e o que eles ensinam sobre como Deus Se sentia em relação ao Seu povo, apesar dos pecados dele? O que nos ensinam sobre a graça?

A graça e o amor de Deus por Israel emanam desses textos. Observe que os versos 12 e 13 compõem uma frase longa, uma pergunta simples: O que Eu, o Senhor, estou pedindo a você, senão o seguinte [...] que vocês andem nos Meus caminhos, Me amem, Me sirvam e guardem os Meus estatutos para o seu bem?

Nesses versos no hebraico, as palavras para “seu” e “você” estão no singular. Embora Deus certamente esteja falando à nação como um todo, que bem fariam Suas palavras se o povo, de forma individual, obedecesse? O todo é tão bom quanto a soma das partes. O Senhor falou a cada um, individualmente, e a Israel como nação.

Observemos, também, o final do verso 13: guarde essas coisas letov Lak, ou seja, “para o seu bem”. Em outras palavras, Deus ordenou ao povo que obedecesse porque era do interesse do próprio povo fazê-lo. O Senhor o criou, o sustentava e sabia o que era melhor para ele. A obediência à lei, aos Dez Mandamentos, atuaria apenas em seu benefício.

Muitas vezes, a lei é comparada a uma cerca viva, um muro de proteção e, ao permanecerem em seu perímetro, seus seguidores são protegidos de uma série de males que, de outra forma, os alcançaria e os destruiria. Em suma, por amor ao Seu povo, Deus deu-lhe Sua lei, e a obediência a ela resultaria no bem dele.

De que maneira podemos ver por nós mesmos como a obediência à lei divina tem sido, de fato, para nosso próprio bem?

Quarta-feira, 10 de Novembro

Escravos no Egipto

Em Deuteronômio, um dos temas recorrentes é que o Senhor redimiu Seu povo Israel do Egito. Várias vezes, eles são lembrados do que Deus fez por eles: “E o Senhor nos tirou do Egito com mão poderosa, com braço estendido, com grande espanto, com sinais e com milagres” (Dt 26:8; Dt 16:1-6).

Em todo o AT, o relato do Êxodo é mencionado como um exemplo da poderosa libertação da parte de Deus, por Sua graça, da escravidão e opressão do Egito: “Pois Eu o tirei da terra do Egito e o resgatei da casa da servidão” (Mq 6:4). Mesmo no NT, esse acontecimento é mencionado como um símbolo de salvação pela fé em Cristo: “Pela fé, os israelitas atravessaram o Mar Vermelho como por terra seca. Quando os egípcios tentaram fazer o mesmo, foram engolidos pelo mar” (Hb 11:29; 1Co 10:1-4).

5. Leia Deuteronômio 5:6-22, onde Moisés repetiu os Dez Mandamentos, fundamento da aliança do povo com Yahweh. Observe o quarto mandamento e a razão dada para ele. O que é dito que revela a realidade da lei e da graça?

Moisés repetiu o mandamento básico de descansar no sábado do sétimo dia, mas lhe conferiu uma ênfase adicional. Isto é, embora tenha sido escrito em tábuas de pedra no Êxodo, Moisés expandiu o que já havia sido dado aos israelitas. Guardem o sábado, não apenas como memorial da criação, mas como memorial da redenção do Egito. A graça os salvou do Egito e ofereceu-lhes descanso de suas obras (Hb 4:1-5). Portanto, em resposta à graça divina, deveriam estender essa graça a outros.

Assim, o sábado se tornou não apenas um símbolo da criação, mas um símbolo de redenção e graça. Todos na casa, não apenas as crianças, mas os servos, os animais e até mesmo os estrangeiros, poderiam descansar. O sábado estende a outros a graça dada aos judeus, mesmo àqueles que não fazem parte do povo da aliança, e encontra-se no cerne da lei. O que Deus graciosamente fez por eles, deveriam fazer pelos outros.

Leia Mateus 18:21-35. De que forma o princípio dessa parábola é revelado no mandamento do sábado, especialmente conforme enfatizado em Deuteronômio?

Quinta-feira, 11 de Novembro

Não por causa da sua justiça

O tema da justificação pela fé é central na religião cristã e bíblica. “O que diz a Escritura? [...]: ‘Abraão creu em Deus, e isso lhe foi atribuído para justiça’” (Rm 4:3).

Ellen G. White expressou isso da seguinte maneira: “Que é justificação pela fé? É a atuação de Deus abatendo até ao pó a glória do homem e fazendo por ele aquilo que não está em sua capacidade fazer por si mesmo. Quando o homem percebe sua insignificância, então está preparado para ser vestido com a justiça de Cristo” (A Fé Pela Qual Eu Vivo, p. 107).

Ao considerarmos quem é Deus, um Ser santo, em contraste com quem nós somos, seres profanos, seria necessário um incrível ato de graça para nos salvar. Esse ato aconteceu na cruz, com Cristo, o Inocente, morrendo pelos pecados dos culpados.

6. Com esse contexto em mente, leia Deuteronômio 9:1-6. O que Moisés disse ao povo que revela de forma dramática a realidade da graça para os indignos? Como isso reflete o princípio da justificação pela fé?

Se alguém quisesse resumir o ensino de Paulo sobre o evangelho, talvez pudesse utilizar a frase de Deuteronômio 9:5: “Não é por causa da justiça de vocês, nem por causa da retidão do seu coração” que Deus irá salvá- los. Ele o fará por causa da promessa do “evangelho eterno” (Ap 14:6) que nos foi dada “não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos” (2Tm 1:9; veja também Tt 1:2). Se a promessa nos foi dada “antes dos tempos eternos”, certamente não poderia ser fundamentada em nossas obras, visto que nem mesmo existíamos “antes dos tempos eternos”.

Em suma, apesar de nossas falhas, erros e teimosia, o Senhor fará essa obra maravilhosa por nós e em nós. Portanto, como resultado, o Senhor ordena que obedeçamos a Ele e às Suas leis. A promessa já foi dada e cumprida: obras e obediência, mesmo que fossem boas o suficiente (o que não são), não são os meios de nossa salvação; são, em vez disso, o resultado.

O Senhor nos salvou pela graça; agora, com Sua lei escrita em nosso coração e Seu Espírito nos capacitando, obedeçamos à Sua lei.

Sexta-feira, 12 de Novembro

Estudo Adicional

“O inimigo de Cristo, que se rebelou contra a lei de Deus no Céu, tem, como um general habilidoso e treinado, trabalhado com todas as suas forças, trazendo um artifício após o outro, cheio de engano, para anular a lei de Deus, o único verdadeiro detector do pecado, o padrão da justiça” (Ellen G. White, Review and Herald, 18 de novembro de 1890).

Dois trilhões de galáxias brilham no cosmos. Cem bilhões de estrelas compõem cada galáxia. Dois trilhões de galáxias, com cem bilhões de estrelas em cada uma, chegam a 200.000.000.000.000.000.000.000 (sextilhões) de estrelas.

Um princípio da existência diz que quem concebe e cria algo deve ser maior e transcender o que concebeu e criou. Picasso é maior e transcende uma obra de arte dele. O Deus que concebeu e criou nosso cosmos é maior do que o cosmos e também o transcende.

Considerando que Deus é o Criador de todas as estrelas e de tudo o mais, que ato impressionante Ele fez? O Senhor Se “diminuiu”, tornou- Se um Bebê, viveu uma vida sem pecado e morreu na cruz, suportando a punição pelos nossos pecados e nossa maldade para que pudéssemos ter a promessa da vida eterna.

Diante de nós temos esta verdade: a graça nos foi dada em Jesus Cristo na cruz. E o que Deus nos pede? “De tudo o que se ouviu, a conclusão é esta: tema a Deus e guarde os Seus mandamentos, porque isto é o dever de cada pessoa” (Ec 12:13).

Perguntas para consideração:

1. Como guardar os Dez Mandamentos (incluindo o quarto) e evitar o legalismo? Qual é a diferença entre obediência estrita e inabalável e legalismo?

2. Conhece histórias de pessoas que violaram os Dez Mandamentos e sofreram terríveis consequências? Como a lei reflete a realidade do amor de Deus por nós?

3. Por que a cruz deve nos mostrar a futilidade de tentar ganhar a entrada para o Céu?