25.12.20

Céu, Educação e Aprendizagem Eterna

Lição 13, 19 a 25 de Dezembro


Sábado à tarde

VERSO ÁUREO: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que O amam.” 1 Coríntios 2:9

LEITURAS DA SEMANA: João 3:16; 1 João 5:13; 1 Timóteo 1:16; 1 Coríntios 13:12; Zacarias 13:6

Um poeta, com medo da morte, perguntou como poderia uma pessoa viver sem “saber certamente que alvorecer, que morte, que destino aguardavam a consciência depois da sepultura?”. Ele criou, no seu poema, o que chamou de Instituto de Preparação para a Vida Futura. No entanto, como pode alguém preparar-se para a vida eterna se nem sabe o que acontecerá com ela nessa vida futura?

Felizmente, a Bíblia apresenta-nos uma grande compreensão do assunto, ao dizer que os fiéis que morrem descansam inconscientes no pó da terra, aguardando a ressurreição no dia da volta de Cristo, que nos levará para viver com Ele na escola celestial. Como vimos neste trimestre, a preparação para a vida no Céu dá-se no presente, e a nossa educação – independentemente do campo de estudo – deve preparar-nos para a vida eterna.

Afinal, qualquer escola pode passar informações boas e conhecimentos úteis. Mas, de que adianta ganhar este conhecimento e perder a vida eterna? Nesta semana, vamos examinar o que a inspiração declara sobre a escola superior celestial, onde vamos aprender e desenvolver-nos por toda a eternidade. Ali, vamos descobrir coisas que, neste mundo atual, nem sequer podemos imaginar.

Domingo, 20 de Dezembro

O Destino dos Mortos em Cristo

No século 17, um escritor francês chamado Blaise Pascal refletiu sobre a condição da humanidade. Para ele, um ponto era muito claro: não importava quanto tempo um ser humano vivesse (e naquela época a expectativa de vida era baixa) nem se a vida dessa pessoa fosse boa (e a vida naquela época também não era assim tão boa) – o facto é que, mais cedo ou mais tarde, essa pessoa morreria.

Além disso, o que quer que viesse depois da morte seria infinitamente mais longo do que o curto período de vida aqui na Terra. Portanto, para Pascal, a coisa mais lógica que uma pessoa deveria descobrir é o destino dos mortos. E ele ficou surpreso ao ver as pessoas a preocupar-se com coisas como “a perda de emprego ou algum insulto imaginário à sua honra”, não dando atenção ao que aconteceria depois que morressem.

Pascal tinha razão. E não há dúvida do motivo pelo qual grande parte da Bíblia é dedicada às promessas reservadas para os que encontraram a salvação em Jesus, promessas relacionadas ao que os aguarda no futuro. Na segunda vinda de Jesus, os salvos vão ressuscitar para a vida eterna. Depois dos mil anos, os perdidos vão ressuscitar para a morte eterna (Apocalipse 20).

1. Que esperança nos é oferecida? Leia João 6:54; 3:16; 1 João 5:13; 1 Timóteo 1:16; João 4:14; 6:40; Judas 1:21; Tito 3:7.

A vida eterna faz muito sentido à luz da cruz; na realidade, à luz da cruz, nada mais faz sentido senão a vida eterna. Afinal, qual teria sido o propósito do Criador, Aquele que “fez o Universo” (Hebreus 1:2), em quem “vivemos, e nos movemos, e existimos” (Atos 17:28), ao encarnar num corpo humano e morrer nesse corpo, se o nosso destino fosse apenas morrer e apodrecer como animais atropelados à beira da estrada?

Por isso, o Novo Testamento inclui muitas promessas de vida eterna, pois apenas a eternidade garante restituição. Nem um bilhão de anos de bons momentos compensariam os momentos maus passados aqui. Unicamente a eternidade pode equilibrar todas as coisas e superar infinitamente os sofrimentos e limitações produzidos pela história do pecado.

Pascal acertou ao dizer que o nosso tempo aqui é muito limitado, se comparado ao que está por vir. É loucura não estarmos prontos para a eternidade.

O que diria a alguém que mostra completa indiferença à questão da eternidade? Como pode ajudar essa pessoa a perceber que essa posição é absurda?

Segunda-feira, 21 de Dezembro

Uma Nova Existência

2. “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Apocalipse 21:4). Qual será a diferença entre a nossa existência neste mundo e a nova vida que teremos no Céu?

Um cristão estava a conversar com um amigo sobre a esperança do evangelho, a promessa de vida eterna através de Jesus Cristo. O amigo respondeu negativamente à ideia. “Vida eterna?”, ele perguntou, a estremecer. “Que pensamento horrível! Já bastam os nossos 70 ou 80 anos aqui. Quem gostaria de prolongar esta experiência para sempre? Seria um inferno.”

O argumento desta pessoa parece razoável, mas ela não entendeu que a promessa de vida eterna não é uma mera continuação desta vida aqui. Quem desejaria isso? No entanto, como diz o texto acima, as coisas antigas passarão e tudo se fará novo.

3. O que revelam os textos a seguir sobre a nova existência, que está por vir?

2 Pedro 3:10-13

Apocalipse 21:1-6

“Consideremos com todo o empenho o bendito porvir. Atravesse a nossa fé toda nuvem de escuridão, e contemplemos Aquele que morreu pelos pecados do mundo. Ele abriu os portais do Paraíso para todos quantos O recebem e Nele crêem. [...] Que as aflições que nos angustiam de maneira tão cruel se transformem em lições instrutivas, ensinando-nos a prosseguir para o alvo pelo prémio da soberana vocação em Cristo. Sejamos animados pelo pensamento de que o Senhor logo virá. Alegre-nos o coração essa esperança. [...] Não demorará muito até vermos Aquele em quem se centralizam as nossas esperanças de vida eterna. E em Sua presença, todas as provações e sofrimentos desta vida serão como nada.” Ellen G. White, A Fé Pela Qual Eu Vivo, p. 361

Quais são as condições para receber esta nova existência? Como podemos chegar lá? Como podemos ter a certeza de que faremos parte disto? Que coisas enam nossa vida nos poderiam impedir de participar do que Deus nos prometeu através de Jesus?

Terça-feira, 22 de Dezembro

Então Conheceremos

“O Céu é uma escola; o campo de seus estudos, o Universo; seu Professor, o Ser infinito. Uma filial dessa escola foi estabelecida no Éden; e, ao ser cumprido o plano da redenção, será reassumida a educação na escola edênica.” Ellen G. White, Educação, p. 301

Se é como a maioria das pessoas, possui certamente muitas perguntas sobre pecado, sofrimento, doença, morte e acerca da razão de coisas que aconteceram.

Também temos perguntas sobre o mundo natural e todos os seus mistérios. Apesar de todo o incrível progresso da ciência em nos ajudar a entender mais sobre o mundo e o Universo como um todo, ainda há muito além da nossa compreensão.

Das formas mais simples de vida ao firmamento acima, do movimento de partículas subatómicas às galáxias espalhadas pelo cosmos, somos confrontados com uma realidade muito maior e mais profunda do que a nossa mente hoje pode compreender, especialmente com o pouco tempo que temos aqui para estudar estas coisas.

Por outro lado, quando tivermos a eternidade para estudar, certamente muitos mistérios serão esclarecidos.

4. Leia 1 Coríntios 13:12; 4:5. O que vamos descobrir quando todos os tristes episódios de pecado, sofrimento e morte finalmente terminarem?

Recebemos a promessa de que vamos compreender coisas que, por enquanto, nos permanecem ocultas. É uma esperança maravilhosa saber que, quando examinarmos e entendermos coisas que hoje parecem tão difíceis, teremos apenas louvores a Deus! O segredo é manter a fé, confiar nas promessas de Deus, viver de acordo com a luz que temos e perseverar até ao fim. A boa notícia é que podemos “todas as coisas Naquele que” nos fortalece (Filipenses 4:13).

Que perguntas afligem o seu coração? Que coisas parecem incompreensíveis hoje? Porque nos pode ajudar agora a confiança em Deus em relação ao que entendemos sobre as coisas que, por enquanto, não compreendemos? A intensificação da comunhão com o Senhor, através do estudo da Bíblia e da oração, pode ajudar-nos a ter mais confiança em Deus diante destas questões?

Quarta-feira, 23 de Dezembro

A Escola Celestial

5. “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2 Coríntios 4:17, 18). Que esperança nos oferecem estes versos? Que coisas eternas e invisíveis, prometidas através de Jesus, estamos a aguardar? (Veja também Apocalipse 21:1, 2; 2:7; 7:14-17).

Por mais reais que sejam as promessas que nos são oferecidas em Jesus, por mais que tenhamos boas razões para crer nelas, o facto é que a Bíblia nos apresenta apenas sinais e vislumbres do que nos aguarda. No entanto, podemos ter a certeza de que esta vida futura será maravilhosa, pois podemos imaginar como a vida seria extraordinária numa existência sem a devastação do pecado!

Toda a nossa dor e sofrimento; todas as coisas contra as quais lutamos aqui são consequências do pecado. Cristo veio desfazer tudo isto, e Ele vais restaurar a Terra ao que Deus originalmente pretendia que ela fosse antes da entrada do pecado. Na verdade, será ainda melhor, porque, entre todas estas glórias, poderemos contemplar para sempre as cicatrizes nas mãos e nos pés de Jesus, o custo da nossa redenção.

“Ali, quando for removido o véu que obscurece nossa visão, e nossos olhos contemplarem aquele mundo de beleza do qual temos apenas vislumbres pelo microscópio; quando olharmos às glórias dos céus, hoje observadas de longe pelo telescópio; quando, removida a mácula do pecado, a Terra toda aparecer na ‘beleza do Senhor nosso Deus’ (Salmos 90:17, versão King James) – que campo se abrirá ao nosso estudo! Ali o estudante da ciência poderá ler os relatos da criação, sem notar coisa alguma que lembre a lei do mal. Poderá escutar a melodia das vozes da natureza, e não perceberá nenhuma nota de lamento ou tristeza. Poderá enxergar em todas as coisas criadas uma escrita; contemplará no vasto Universo, ‘escrito em grandes letras, o nome de Deus’ (Recreations in Astronomy, Henry White Warren [1831-1912]); e nem na Terra, no mar ou no céu permanecerá um indício que seja do mal.” Ellen G. White, Educação, p. 303

Pense como será viver para sempre num mundo totalmente novo, sem tudo o que torna a vida tão difícil aqui. O que imagina? Que coisas aguarda com ansiedade?

Quinta-feira, 24 de Dezembro

O Grande Professor

Como vimos durante todo este trimestre, um aspecto central do ministério de Cristo aqui na Terra foi o de professor. Desde o início do Seu ministério, seja por atitudes ou obras, Jesus ensinou constantemente aos Seus seguidores verdades sobre Si, sobre o Pai, sobre salvação e sobre a esperança que nos aguarda (veja Mateus 5:2; Marcos 4:2; Lucas 19:47; João 6:59).

Realmente, tudo que precisamos fazer é folhear qualquer um dos evangelhos e, em todos eles, vamos encontrar Jesus a ensinar. Através da Sua Palavra, o Senhor continua a nos ensinar hoje, e no novo mundo este ensino continuará. Mas imagine como isto será diferente numa vida livre de pecado e de todas as limitações que ele nos impõe.

6. “Se alguém Lhe disser: Que feridas são estas nas Tuas mãos?, responderá Ele: São as feridas com que fui ferido na casa dos Meus amigos” (Zacarias 13:6). Do que fala este texto?

“E ao transcorrerem os anos da eternidade, trarão cada vez mais abundantes e gloriosas revelações de Deus e de Cristo. Assim como o conhecimento é progressivo, também o amor, a reverência e a felicidade aumentarão. Quanto mais as pessoas aprenderem a respeito de Deus, mais admirarão Seu caráter. Quando Jesus lhes revelar as riquezas da redenção e os impressionantes feitos do grande conflito com Satanás, o coração dos resgatados baterá com mais forte devoção, e com alegria mais arrebatadora dedilharão as harpas de ouro. E milhões de vozes se unirão para avolumar o poderoso coro de louvor. [...]

“O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única pulsação de harmonia e felicidade vibra por toda a vasta criação. Daquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeita alegria, declaram que Deus é amor.” Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 678

De todas as verdades incríveis sobre as quais vamos aprender durante a eternidade, nada nos vai cativar mais do que o sacrifício de Cristo em nosso favor. Pense na profundidade e na riqueza deste sacrifício, visto que o vamos estudar por toda a eternidade. Desde já, como podemos aprender a valorizar mais o que Jesus fez por nós através da cruz?

Sexta-feira, 25 de Dezembro

Estudo Adicional

Ellen G. White: “A escola do futuro”, Educação, p. 301-309; “A vitória do amor”, O Grande Conflito, p. 662-678.

“O leão, que aqui tanto precisamos respeitar e temer, se deitará, então, com o cordeiro, e tudo na Nova Terra será paz e harmonia. As árvores da Nova Terra serão retas e altaneiras, sem deformidades [...].

“Deixemos que tudo quanto é belo em nosso lar terrestre nos lembre o rio de cristal e os campos verdejantes, as árvores tremulantes e as fontes vivas, a cidade resplendente e os cantores vestidos de vestes brancas de nosso lar celestial – aquele mundo de beleza que nenhum artista pode pintar e nenhuma língua mortal descrever. Deixe que sua mente imagine o lar dos remidos, mas lembre-se de que ele será mais glorioso do que o pode pintar a sua mais brilhante imaginação.” Ellen G. White, Visões do Céu, p. 133, 134

“Um receio de fazer com que a herança futura pareça material demais tem levado muitos a espiritualizar as mesmas verdades que nos levam a considerá-la nosso lar. Cristo garantiu aos Seus discípulos que iria preparar um lugar para eles na casa de Seu Pai. Aqueles que aceitam os ensinos da Palavra de Deus não serão totalmente ignorantes com respeito à morada celestial. [...] A linguagem humana não consegue descrever a recompensa dos justos. Será conhecida somente por aqueles que a contemplarem. Nenhuma mente finita consegue compreender a glória do paraíso de Deus.” Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 674, 675

Perguntas para consideração:

1. Porque é que muitos não se preocupam com a eternidade? Esta atitude não é absurda?

2. Porque é tão importante a esperança da vida eterna para a nossa fé? Sem ela, porque realmente não temos nada?

3. Na ciência há coisas muito complexas. Os cientistas já não falam em “formas de vida simples” porque, afinal, as formas de vida mais simples não são assim tão simples. Cada nova descoberta traz mais perguntas. Como nos ajuda isto a entender o quanto vamos aprender na “escola celestial”?