Segunda-feira, 22 de Julho
2. Leia o Salmo 82. Qual é a mensagem deste cântico para nós?
Apesar da organização e dos estatutos de sociedade dados por Deus à nação israelita, em vários momentos da sua história o povo não conseguiu cumprir este plano. Israel tornou-se muito facilmente como as nações ao seu redor, vivendo num modelo de injustiça e opressão. Líderes e juízes cuidavam apenas de si mesmos, e o favor deles podia ser comprado com suborno. Sem os tribunais para proteger o povo, as pessoas comuns e os pobres, em especial, estavam sujeitos à exploração.
O Salmo 82 é uma resposta a esta situação. Ele descreve a função de Deus como Juiz supremo e retrata uma cena em que o Senhor julga os líderes e até mesmo os juízes do povo. Este salmo enfatiza que aqueles que preenchem tais funções na sociedade “são apontados para agir como juízes sob a Sua administração” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 198). Eles mantêm a sua posição e conduzem o seu trabalho como representantes e subordinados de Deus. Na visão do salmista, a justiça de Deus é um modelo de como devia funcionar a justiça terrestre, e a sua percepção apresenta a medida com a qual serão julgados esta justiça ou injustiça e aqueles que a dispensam.
O salmo termina com um pedido específico para que Deus aja (Salmos 82:8), intervenha e interrompa a injustiça tão predominante na nação. Como muitos salmos, esta poesia dá voz aos que não têm voz, aos oprimidos cujas vozes foram silenciadas pelos sistemas injustos em que eles viviam e trabalhavam.
O Salmo 82 faz uma apelo a Deus na Sua posição de Juiz supremo e soberano Governante do Universo. Não existe tribunal nem autoridade superior para os quais tal apelação possa ser feita. Existe a segurança de que mesmo que os tribunais terrestres não ouçam os clamores dos pobres e oprimidos, ainda há uma inegável oportunidade de pedir ajuda.
Em certos momentos da vida podemos ver-nos como vítimas da injustiça, mas em outros podemos cometê-la. No Salmo 82, encontramos discernimento e sabedoria, quer sejamos os oprimidos ou os opressores. Deus também Se preocupa com os juízes injustos, descrevendo-os como Seus filhos, e deseja que eles escolham viver melhor (veja Salmos 82:6). Portanto, há esperança até para os que estão do lado dos opressores, se eles permitirem que Deus os transforme.