8.7.22

Os Crisóis Da Vida - Lição 2 Completa [pt-br]

02 a 08 de julho


Sábado à tarde

VERSO ÁUREO: “Amados, não estranhem o fogo que surge no meio de vocês, destinado a pô-los à prova, como se alguma coisa extraordinária estivesse acontecendo. Pelo contrário, alegrem-se na medida em que são coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de Sua glória, vocês se alegrem, exultando” (1Pe 4:12, 13).

LEITURAS DA SEMANA: 1Pe 4:12-19; 5:8-11; Rm 1:21-32; Jr 9:7-16; 2Co 12:7-10

Em laboratórios de química, com frequência são colocados em um pequeno recipiente diferentes materiais, que são aquecidos a temperaturas extremas. À medida que o recipiente fica mais quente, os materiais nele colocados ou se derretem, chiam, esguicham ou se incandescem, dependendo do que são feitos. O recipiente é chamado de crisol.

Um crisol é definido no dicionário como (1) recipiente utilizado para derreter uma substância em altas temperaturas, (2) uma prova severa, (3) lugar ou situação em que forças concentradas interagem para causar ou influenciar mudanças ou desenvolvimento.

Essas definições também nos dão uma percepção útil sobre o que acontece em nossa vida espiritual. Nesta semana destacaremos algumas razões pelas quais podemos nos encontrar sob pressão e passar por provas cujas circunstâncias nos fazem mudar, nos desenvolver e crescer em caráter. Isso nos ajudará a ter ciência do que Deus faz em nossa vida para que, ao passarmos por um crisol, tenhamos noção de como reagir.

Resumo da semana: Por que passamos por momentos difíceis?

Domingo, 03 de julho

Surpresas

“Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse” (1Pe 4:12, ARC).

Surpresas dolorosas podem ocorrer de muitas formas. Um carro que se desvia na estrada em sua direção, uma notificação súbita de que você perdeu o emprego. Um exame médico que lhe dá más notícias. Ser traído por alguém que você imaginava que o amasse. Por mais lamentável que seja a dor, é pior ainda quando acontece de surpresa.

Nesta semana, veremos alguns tipos específicos de situações dolorosas ou crisóis que não deveriam nos surpreender.

Em 1 Pedro 4:12, a palavra grega para “estranheis” significa ser “alheio” ou “estrangeiro”. Pedro estava exortando seus leitores a não cair na armadilha de acreditar que tribulações e dificuldades atrozes sejam alheias à experiência cristã. Em vez disso, deveriam ser consideradas normais – elas podem e devem ser esperadas.

A palavra usada para “ardente prova” (ARC) ou “dura prova de aflição” (NTLH) vem de outra palavra grega e significa “queimadura”. Em outros lugares é traduzida por “fogo” (NAA). Essa experiência de sofrer pela fé pode, portanto, ser considerada um “processo de fundição”, o processo do crisol.

1. Leia 1 Pedro 4:12-19. Qual é a mensagem do apóstolo?

Muitos são surpreendidos pelo sofrimento porque têm uma visão muito simplificada da vida cristã. Há dois lados – Deus, que é bom; e Satanás, que é mau. Com frequência, colocamos automaticamente tudo o que é bom na caixa de Deus e tudo o que é ruim na caixa de Satanás. Mas a vida não é tão simples. Não podemos usar nossos sentimentos para decidir o que está numa caixa e o que está na outra. Caminhar com Deus pode ser desafiador e difícil, e seguir Satanás pode parecer vantajoso. Jó, que era justo, mas sofreu, ilustra isso com uma pergunta: “Como é que os ímpios continuam vivos, envelhecem e ainda se tornam mais poderosos?” (Jó 21:7).

Pedro estava se referindo a provas que acontecem porque seguimos a Cristo. Mas existem outros motivos para as dificuldades. Como 1 Pedro 4:12-19 pode nos ajudar a explicar a um amigo por que ele não deve se surpreender com as provações da vida?

Segunda-feira, 04 de julho

Crisóis de Satanás

“Sejam sóbrios e vigilantes. O inimigo de vocês, o diabo, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1Pe 5:8).

2. Leia o verso acima. Qual é a mensagem para nós? Pergunte a si mesmo: “com que seriedade considero essas palavras?” Que atitudes demonstram se você as leva a sério ou não?

Você já observou um leão com fome? É terrível porque sabemos que ele pode pegar e comer quase qualquer coisa que desejar. Pedro disse que Satanás está ao redor como um leão. Quando olhamos em volta, podemos ver as consequências de seu desejo de matar. Morte, sofrimento e a distorção e perversão de princípios e valores estão em toda parte. Não podemos passar por alto a obra de Satanás.

3. Leia 1 Pedro 5:8-11. Como os cristãos devem reagir a essa atitude de Satanás?

4. O que Deus promete fazer por aqueles que sofrem? 1Pe 5:10

Pedro escreveu essas palavras no contexto da reação aos ataques satânicos à fé cristã. Mas, como mencionamos, Satanás atua de diferentes maneiras. Embora devamos estar cientes da realidade e do poder do nosso inimigo, nunca podemos desanimar, pois precisamos sempre nos lembrar de que Jesus derrotou Satanás, e enquanto estivermos ligados ao Senhor, apegados a Ele com fé, nunca seremos vencidos. Por causa da cruz, a vitória de Cristo é a nossa vitória.

Pense nas outras maneiras pelas quais Satanás causa dor. Como 1 Pedro 5:8-11 nos ajuda a lidar com a angústia que experimentamos por viver neste mundo de pecado, do qual Satanás faz um caos?

Terça-feira, 05 de julho

Crisóis do pecado

“A ira de Deus se revela do Céu contra toda impiedade e injustiça dos seres humanos que, por meio da sua injustiça, suprimem a verdade” (Rm 1:18).

Tudo o que fazemos tem consequências. Se você permanecer ao sol forte com um sorvete, ele vai derreter. Causa e efeito andam juntos. Não importa quanto queiramos que as coisas sejam diferentes, com o pecado ocorre a mesma coisa. Ele tem consequências. Deus não Se assenta no Céu imaginando que coisas terríveis pode fazer às pessoas que pecam; não! O próprio pecado traz suas consequências.

O problema é que muitas vezes pensamos que, de alguma forma, podemos enganar a Deus e pecar sem experimentar as consequências. Isso nunca acontece. Paulo deixou bem claro que o pecado tem consequências não só para a eternidade, mas resultados dolorosos e angustiantes também no presente.

5. Em Romanos 1:21-32, Paulo falou de pessoas que caíram no pecado e das consequências dessa escolha. Leia esses versos com oração e resuma a essência do que o apóstolo disse, focalizando especificamente as fases do pecado e as consequências dele.

Alguns versos antes Paulo descreveu essas consequências como a “ira de Deus” (Rm 1:18). A ira divina nessa passagem é simplesmente o ato divino de permitir que os seres humanos colham o que semearam. Mesmo para os cristãos, Deus nem sempre intervém de imediato para remover a dor que resulta de nossas próprias ações. Muitas vezes, Ele permite que experimentemos as consequências de nossas atitudes para que entendamos quão profundamente danoso e ofensivo é o pecado.

Temos considerado as consequências de transgredir a lei moral. Mas e quanto à quebra das leis de saúde? Nosso corpo é a morada do Senhor. Se o maltratamos, deixando de comer de forma saudável ou de fazer exercícios, ou mesmo trabalhando em excesso, isso também é pecado, e suas consequências podem trazer um crisol.

Você tem colhido as consequências imediatas de seus pecados? Que lições tem aprendido? Que mudanças deve fazer para não passar por algo semelhante novamente?

Quarta-feira, 06 de julho

Crisóis de purificação

“Portanto, assim diz o Senhor dos Exércitos: ‘Eis que Eu os depurarei e os provarei. Pois que outra coisa poderia Eu fazer com a filha do Meu povo?’” (Jr 9:7).

“Se o Espírito de Deus traz à sua mente uma palavra do Senhor que o fere, tenha a certeza de que há algo em você que Ele quer ferir até ao ponto da morte” (Oswald Chambers, My Utmost for His Highest [Uhrichsville, OH: Barbour & Company, Inc., 1963], p. 271).

6. Como você entende a citação e o verso bíblico acima? Qual tem sido sua experiência com a dor envolvida no processo de purificação?

7. Leia Jeremias 9:7-16. Deus disse: Eu “depurarei [ou “fundirei”, ARC] e provarei” Judá e Jerusalém (Jr 9:7). Quais duas razões Deus deu para isso? (Jr 9:13, 14). Como aconteceria o refinamento? Jr 9:15, 16

A prova e o refinamento divinos envolvem uma ação drástica. Talvez existam três razões pelas quais a prova e o refinamento podem parecer um crisol. Primeiro, experimentamos a dor à medida que Deus permite que as circunstâncias chamem nossa atenção para o nosso pecado. Poucos versos antes, Jeremias escreveu com tristeza: “O fole sopra com força, e o chumbo já se derreteu com o calor. Em vão continua a depuração, porque os maus não são separados” (Jr 6:29). Assim, às vezes é necessária uma ação drástica para se obter nossa atenção. Segundo, nos angustiamos à medida que nos sentimos pesarosos pelo pecado que então enxergamos claramente. Terceiro, nos frustramos ao tentar viver de forma diferente. Pode ser bastante desconfortável e difícil continuar escolhendo desistir das coisas que tanto fizeram parte de nós.

Pense sobre os pecados contra os quais você luta. Se Deus fosse prová-lo e refiná-lo hoje, como Ele faria isso? Que atitude você poderia tomar agora para deixar seu pecado antes que Deus precise tomar atitudes drásticas, como fez com Israel?

Quinta-feira, 07 de julho

Crisóis de maturidade

“E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de não me exaltar” (2Co 12:7).

Existe uma grande diferença entre corte e poda. Cortamos plantas que não queremos mais; podamos as plantas para que se desenvolvam e frutifiquem mais. No entanto, ambos os processos envolvem uma faca afiada. A poda exige que se corte partes da planta que podem parecer, a um jardineiro iniciante, o mesmo que a morte. No contexto espiritual, Bruce Wilkinson escreveu: “Você está orando pelas bênçãos superabundantes de Deus e suplicando que Ele o torne mais parecido com Seu filho?

“Se sua resposta for sim, então você está pedindo pelas podadeiras” (Bruce Wilkinson, Secrets of the Vine [Sisters, OR: Multnomah Publishers, Inc., 2001], p. 60).

O que Paulo quis dizer com “espinho na carne” (2Co 12:7)? As hipóteses de respostas para isso vão desde ataques constantes de inimigos a uma dificuldade na fala. Uma das possibilidades mais prováveis é que fosse um problema com a visão (Comentários de Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista, v. 6, p. 1.235). Curiosamente, Paulo acreditava que seu “espinho” havia sido “dado” a ele.

8. O que Paulo quis dizer com a expressão “foi-me dado”? Quem deu a ele o espinho? Como Deus poderia usá-lo para o benefício de Paulo?

O “espinho” de Paulo tinha um propósito: A fim de que ele não se exaltasse (2Co 12:7). Não foi por causa de um pecado específico, mas para evitar o pecado. Paulo reconhecia sua fraqueza para o pecado e que esse “espinho” poderia protegê-lo.

9. Leia 2 Coríntios 12:7-10. Como Paulo lidava com seu “espinho”? Essa fraqueza tinha outros benefícios espirituais para ele? A reação do apóstolo ajuda você a lidar com “espinhos” que tenha que carregar?

As ideias de Deus para seu desenvolvimento são bem diferentes das suas próprias? Em quais áreas da vida você precisa se tornar mais frutífero em justiça? Quais qualidades espirituais deseja pedir que Deus desenvolva em você por meio de Sua “poda”?

Sexta-feira, 08 de julho

Estudo adicional

Textos do Espirito de Profecia: Signs of the Times, 18/11/1903 (“Oração eficaz”); Comentários de Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 4, p. 1303; Minha Consagração Hoje, p. 84 (“Deus permite para me purificar”).

“Ele, que lê o coração dos homens, conhece melhor do que eles mesmos seu caráter. Vê que alguns têm faculdades e possibilidades que, bem dirigidas, poderiam ser empregadas no avanço de Sua obra. Em Sua providência, Deus colocou essas pessoas em diferentes situações e circunstâncias para que descubram, em seu caráter, defeitos que a eles mesmos estavam ocultos. Dá-lhes oportunidade de corrigir tais defeitos e se tornar aptos para O servir. Permite por vezes que o fogo da aflição os assalte, a fim de que sejam purificados” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 471).

Perguntas para consideração:

1. É triste colher as consequências do pecado. “Serei capaz de estar em harmonia com Deus novamente?”, nos perguntamos. Que promessas Deus fez que nos encorajam a perseverar? (Leia Rm 5:1-11.) O que dizer a alguém que faça essa pergunta?

2. O que Ellen G. White quis dizer com “Sua providência”? Como isso funciona? Como saber quando algo acontece pela providência divina? A providência trouxe provas à sua vida? O que aprendeu com essa experiência? Como ajudar outra pessoa que está perguntando se algum acontecimento é providência divina?

3. Você conhece alguém que esteja passando por um crisol? É importante saber qual foi a causa da situação? Como reagir ao sofrimento dessa pessoa?

4. Um jovem da América do Sul passou por uma prova. Depois de se mudar para a Europa, ele disse: “Deixei meu cadáver na América do Sul”. Por que devemos, em certo sentido, “deixar nosso cadáver” em algum lugar? Qual é o papel das provações?