Domingo, 03 de Maio
1. Leia Lucas 24:36-45. Embora os discípulos estivessem familiarizados com as Escrituras, o que os impediu de ver o verdadeiro significado da Palavra, mesmo quando os eventos preditos nela tinham acontecido à frente deles?
Ninguém chega ao texto das Escrituras com a mente vazia. Cada leitor e estudante da Bíblia chega até ela com uma história específica e experiência que impactam inevitavelmente o processo de interpretação. Até os discípulos tinham as suas ideias particulares de quem era o Messias e o que Ele devia fazer, com base nas expectativas daquele tempo. As suas fortes convicções impediram uma compreensão mais clara do texto bíblico, o que explica porque eles compreenderam tantas vezes Jesus, e os eventos que envolviam a Sua vida, morte e ressurreição, de maneira errada.
Todos temos uma série de crenças sobre este mundo, a realidade suprema ou de Deus que pressupomos ou aceitamos, mesmo involuntariamente ou inconscientemente, quando interpretamos a Bíblia. Ninguém se aproxima do texto bíblico com a mente vazia. Se, por exemplo, a cosmovisão de uma pessoa exclui categoricamente qualquer intervenção sobrenatural de Deus, essa pessoa não vai ler nem entender as Escrituras como um relato verdadeiro e confiável do que Deus fez na História, mas a irá interpretar de maneira muito diferente de alguém que aceita a realidade sobrenatural.
Os intérpretes da Bíblia não se podem despojar completamente do seu passado, das suas experiências, ideias, noções e opiniões preconcebidas. A neutralidade total, ou a objetividade absoluta, não pode ser alcançada. O estudo da Bíblia e a reflexão teológica acontecem sempre no contexto de pressuposições acerca da natureza do mundo e da natureza de Deus.
Mas a boa notícia é que o Espírito Santo pode esclarecer e corrigir as nossas perspectivas e pressuposições limitadas ao lermos as palavras das Escrituras com mente aberta e coração sincero. A Bíblia confirma repetidamente que pessoas com origens muito diferentes foram capazes de entender a Palavra de Deus e que o Espírito Santo nos guia “a toda a verdade” (João 16:13).
Quais são seus os pressupostos em relação ao mundo? De que maneira pode rendê-los à Palavra de Deus para que ela remodele as suas ideias para que estejam em harmonia com a realidade que a Bíblia ensina?
