10.2.20

A Conspiração Contra Daniel

Segunda-feira, 10 de Fevereiro 

2. Leia Daniel 6:6-9. Qual era o pensamento por trás do decreto? Como ele explorava a vaidade do rei? 

Dario foi tolo ao promulgar um decreto que ele desejou logo revogar. Ele caiu na armadilha dos oficiais, que foram suficientemente espertos para jogar com as circunstâncias políticas do reino recém-estabelecido. Dario tinha descentralizado o governo e estabelecido cento e vinte sátrapas para tornar a administração mais eficiente. Porém, esta ação acarretava riscos a longo prazo. Um governador influente poderia facilmente promover uma rebelião e dividir o reino. Portanto, uma lei forçando todos a fazer petições apenas ao rei durante trinta dias parecia uma boa estratégia para promover a lealdade ao monarca e, assim, impedir qualquer tipo de revolta. Mas os oficiais enganaram Dario, alegando que esta proposta tinha o apoio de “todos” os governadores, administradores, sátrapas e conselheiros – uma evidente imprecisão, uma vez que Daniel não estava incluído. Além disso, a perspectiva de ser tratado como deus pode ter sido atraente para o rei. 

Não há evidência de que os reis persas tivessem reivindicado status divino. No entanto, o decreto pode ter sido planeado para tornar o rei o único representante dos deuses durante trinta dias; isto é, as orações aos deuses tinham que ser oferecidas através dele. Infelizmente, o rei não investigou as motivações por trás da proposta. Assim, ele não conseguiu perceber que a lei que supostamente impediria uma conspiração foi, em si, uma conspiração para prejudicar Daniel. 

Dois aspectos desta lei merecem atenção. Primeiro, a punição ao transgressor era ser lançado na cova dos leões. Como esse tipo de castigo não foi atestado em nenhum outro lugar, ele pode ter sido uma sugestão dos inimigos de Daniel para esta situação específica. Os antigos monarcas do Oriente Próximo colocavam leões em jaulas para os libertar em certas ocasiões para caçar. Portanto, não faltariam leões para despedaçar quem ousasse transgredir o decreto do rei. Em segundo lugar, o decreto não podia ser alterado. A natureza imutável da “lei dos persas e medos” também é mencionada em Ester 1:19 e 8:8. Diodorus Siculus, um antigo historiador grego, mencionou uma ocasião em que Dario III (que não deve ser confundido com o Dario mencionado em Daniel) mudou de ideias, mas não já conseguiu revogar uma sentença de morte que tinha decretado contra um inocente.