4.2.22

Sacerdote eficiente, eterno e sem pecado

Terça, 01 de Fevereiro


“De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?” Hebreus 7:11

Sacerdotes são mediadores entre Deus e os seres humanos. No entanto, os sacerdotes levitas não podiam prover acesso completo e seguro a Deus, pois não ofereciam perfeição (Hebreus 7:11, 18, 19), visto que eles mesmos não eram perfeitos.

Os sacrifícios de animais também não poderiam limpar a consciência do pecador. O seu propósito era apontar para o ministério de Jesus e o Seu sacrifício, o único que proporcionaria a verdadeira purificação do pecado (Hebreus 9:14; 10:1-3, 10-14). A função dos sacerdotes levitas e os seus sacrifícios era temporária e ilustrativa. Através do ministério deles, Deus queria levar as pessoas a depositar fé no futuro ministério de Jesus, “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29).

3. Leia Hebreus 7:11-16. Porque houve necessidade de mudar a lei?

Hebreus 7:12 explica que a mudança do sacerdócio tornou necessária uma mudança na lei. Porquê? Porque havia uma lei muito rígida que proibia a pessoa que não fosse da linhagem de Levi através de Arão de servir como sacerdote (Números 3:10; 16:39, 40). Hebreus 7:13, 14 explica que Jesus era da linhagem de Judá. Paulo argumenta que a Sua designação como sacerdote significa que Deus mudou a lei do sacerdócio.

A vinda de Jesus também implicou uma mudança na lei dos sacrifícios. Os pecadores eram obrigados a trazer diferentes tipos de sacrifícios para obter expiação (Levítico 1–7), mas ao vir Jesus e oferecer um sacrifício perfeito, a lei dos sacrifícios de animais também foi posta de lado (Hebreus 10:17, 18) como resultado da nova aliança e da revelação mais completa do plano da salvação.

Pense na infinidade de sacrifícios de animais oferecidos na antiguidade, todos apontando para Jesus, e ainda assim nenhum deles podia realmente pagar pelos pecados da humanidade. Porque apenas a morte de Jesus poderia fazer isso?

Quarta, 02 de Fevereiro


4. Leia Hebreus 7:16. Como é que Jesus Se tornou sacerdote?

Jesus recebeu o sacerdócio com base numa vida que não tem fim e por possuir um ministério eterno, o que significa que o Seu ministério nunca será superado nem ultrapassado. Jesus salva completamente, eternamente, “totalmente” (Hebreus 7:25). A salvação que Cristo oferece é total e plena. Alcança os aspectos mais profundos da natureza humana (Hebreus 4:12; 9:14; 10:1-4). A intercessão de Jesus diante de Deus abrange todos os benefícios concedidos sob a nova aliança. Ela inclui muito mais do que o perdão de pecados; implica colocar a lei no nosso coração, tornar-nos novas pessoas Nele e levar-nos a propagar o evangelho ao mundo (Hebreus 8:10-12). Como Um com Deus e com os seres humanos, Ele representa-nos diante do Pai. Como Aquele que ofereceu a vida em sacrifício, Jesus tem um favor inabalável perante Deus.

5. Leia Hebreus 7:22. O que Se tornou Jesus em relação à nova aliança?

Jesus é o Fiador da nova aliança, pois Deus jurou que Ele seria Sacerdote “para sempre” (Hebreus 7:21). É muito fácil não entender a importância deste juramento. Paulo já se tinha referido aos juramentos que Deus fez à geração do deserto e a Abraão (Hebreus 3:7-11; 6:13-15). A diferença é que esses juramentos foram feitos a seres humanos mortais. Os juramentos permanecem em vigor enquanto os beneficiários estiverem vivos. O juramento de Deus à geração do deserto e a Abraão foi válido enquanto houve uma geração do deserto e descendentes de Abraão (ver Gálatas 3:29).

No caso do juramento ao Filho, entretanto, cuja vida é indestrutível, será válido para sempre. O fiador de outrem estava sujeito às mesmas penas que a pessoa a quem ele afiançava, incluindo a morte. O Pai estabeleceu Jesus como garantia de que Ele não deixará de cumprir as Suas promessas. Por isso, podemos ter certeza da salvação que recebemos em Cristo.

Quinta, 03 de Fevereiro


6. Leia Hebreus 7:26. Quais são as cinco características de Jesus nesta passagem?

Jesus era santo, não havia falhas no Seu relacionamento com Deus (Hebreus 2:18; 4:15; 5:7, 8). A Septuaginta, tradução do Velho Testamento para o grego antigo, usava o mesmo termo para designar aqueles que mantêm a sua relação de aliança com Deus e com os outros.

Jesus não tem mácula. Ele permaneceu puro e intocado pelo mal, apesar de ser tentado em “todas as coisas” (Hebreus 4:15; 2:18). A perfeita impecabilidade de Jesus é importante para o Seu sacerdócio. A antiga aliança estipulava que as vítimas do sacrifício deveriam ser “sem defeito” para ser aceitáveis (Levítico 1:3, 10). A obediência perfeita de Jesus durante a Sua vida terrena tornou possível que Ele Se oferecesse como um sacrifício aceitável a Deus (Hebreus 9:14).

Jesus foi “separado dos pecadores” quando ascendeu ao Céu. O tempo verbal grego sugere que este seja um estado presente para Jesus, que começou num ponto específico no tempo. Jesus suportou a hostilidade dos pecadores durante a Sua vida terrestre, mas foi vitorioso e assentou-Se à destra de Deus (Hebreus 12:2, 3). Jesus também está “separado dos pecadores” no sentido de que era sem pecado (Hebreus 4:15).

Jesus Cristo foi “exaltado acima dos céus”, isto é, exaltado acima de tudo que existe e, portanto, Ele é um com Deus. Nos Salmos, Deus é Aquele que está “exaltado [...] acima dos céus” (Salmos 57:5, 11; 108:5).

Jesus era totalmente humano, mas não era um ser humano pecador como nós (Hebreus 2:14-16; 4:15). Jesus é perfeito, não apenas porque nunca pecou, mas porque não foi corrompido pelo pecado como nós.

No entanto, por ter sido totalmente humano, também é o nosso exemplo. Ele mostra-nos como correr a corrida da vida (Hebreus 12:1-4). Ele é o exemplo que devemos seguir (1 Pedro 2:21-23). Por ser “santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores” (Hebreus 7:26), Ele é o nosso Salvador e nós também podemos reflectir o Seu carácter.

Embora Jesus fosse um ser humano como nós, Ele nunca pecou. Consegue entender o quanto Ele é santo? A promessa de que a Sua santidade nós será creditada pela fé ajuda a dar-nos a certeza da salvação?

Sexta, 04 de Fevereiro


Estudo adicional

“Cristo está vigilante. Ele sabe tudo sobre nossos fardos, perigos e dificuldades; e apresenta muitos argumentos em nosso favor. Ele adapta Suas intercessões às necessidades de cada pessoa, como fez no caso de Pedro. […] Nosso Advogado enche a boca de argumentos para ensinar os que são Seus, e que estão sendo provados e tentados, a se prepararem contra as tentações de Satanás. Ele interpreta todo movimento do inimigo e conduz os acontecimentos.” Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 1036, 1037 [Carta 90, 1906]

“O objetivo de Satanás era causar uma eterna separação entre a humanidade e Deus. Entretanto, em Cristo ficamos em união mais íntima com Ele do que se nunca tivéssemos pecado. Ao assumir nossa natureza, o Salvador Se ligou à humanidade por um laço que jamais se romperá. Ele estará ligado a nós por toda a eternidade. ‘Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigénito’ (João 3:16). Não O deu somente para levar os nossos pecados e morrer em sacrifício por nós, deu-O à raça decaída. Para assegurar Seu imutável conselho de paz, Deus deu Seu Filho unigénito para que Se tornasse membro da família humana, mantendo para sempre Sua natureza humana. Essa é a garantia de que Deus cumprirá Sua palavra. [...] Deus assumiu a natureza humana na pessoa de Seu Filho e a levou ao mais alto Céu. [....]. O Eu Sou é o Mediador entre Deus e a humanidade, colocando a mão sobre ambos. [...]. O Céu está abrigado na humanidade, e ela, envolvida no coração do Amor infinito.” Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 25, 26

Perguntas para consideração:

1. Vimos que Jesus “apresenta muitos argumentos em nosso favor”. O que significa isto para si? O que ensina isto sobre o amor de Deus por nós? Porque precisamos de Alguém a argumentar em nosso favor?

2. “Em Cristo chegamos a ficar em mais íntima união com Ele do que se nunca houvéssemos pecado”. O que significa isto? Como podemos experimentar esta proximidade?