Segunda-feira, 31 de Maio
Obra No Coração
Quando o reino do sul, Judá, estava próximo do fim e o povo estava sendo levado para o cativeiro babilônico, Deus anunciou por meio de Jeremias a “nova aliança”. É a primeira vez que essa noção aparece na sequência do texto bíblico. No entanto, quando o reino das dez tribos do norte, Israel, estava prestes a ser destruído (cerca de 150 anos antes do tempo de Jeremias), a ideia de outra aliança foi mencionada também, e dessa vez por Oseias (Os 2:18-20).
3. Leia Oseias 2:18-20. Observe a semelhança entre o que o Senhor disse ali a Seu povo e o que Ele disse em Jeremias 31:31-34. Que imagem comum é usada? O que essa imagem revela a respeito do significado e da natureza fundamental da aliança?
Em momentos da história em que os planos de Deus para o povo da aliança foram prejudicados por sua rebelião e descrença, Ele enviou profetas para anunciar que a história de aliança com Seu povo fiel não havia chegado ao fim. Não importava quanto o povo tivesse sido infiel, nem sua apostasia, rebelião e desobediência, o Senhor ainda anunciou Sua vontade de entrar em aliança com todos os que estivessem dispostos a se arrepender, obedecer e reivindicar Suas promessas.
4. Leia Ezequiel 11:19; 18:31; 36:26. Embora esses textos não mencionem especificamente uma nova aliança, quais elementos encontrados neles refletem os princípios de uma nova aliança?
O Senhor dará “um coração para que” O “conheçam, para que saibam que” Ele é “o Senhor” (Jr 24:7). Ele tirará “deles o coração de pedra e lhes” dará “coração de carne” (Ez 11:19), e dará “um coração novo e [...] um espírito novo” (Ez 36:26). Ele também disse: “Porei dentro de vocês o Meu Espírito” (Ez 36:27). Essa obra de Deus é o fundamento da nova aliança.
Se alguém lhe dissesse: “Quero um novo coração, quero que a lei seja escrita em mim, quero um coração que conheça o Senhor, mas não sei como obtê-lo”, o que você diria a essa pessoa?
Terça-feira, 01 de Junho
A Antiga E A Nova Aliança
“Aos estrangeiros que se chegam ao Senhor, para o servirem e para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos Seus, sim, todos os que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a minha aliança, também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos” (Is 56:6,7).
Jeremias afirmou que a nova aliança devia ser feita com “a casa de Israel” (Jr 31:33). Isso significa, então, que somente a descendência literal de Abraão, os judeus de sangue e nascimento, deviam receber as promessas da aliança?
Não! Não acontecia assim nem mesmo nos tempos do Antigo Testamento. A nação hebraica, como um todo, tinha recebido as promessas da aliança. No entanto, os outros povos não estavam excluídos. Ao contrário, judeus e gentios foram convidados a participar das promessas, mas eles tinham que concordar em entrar naquela aliança. Hoje não é diferente.
5. Leia Isaías 56:6, 7. Quais condições eram colocadas aos que desejavam servir ao Senhor? Existe diferença entre o que Deus pediu a eles e o que Ele pede de nós hoje?
Embora a nova aliança seja chamada de “superior”, não há diferença nos fundamentos da antiga e da nova aliança. É o mesmo Deus que oferece salvação do mesmo modo, pela graça (Êx 34:6; Rm 3:24); é o mesmo que busca um povo que, pela fé, reivindique Suas promessas de perdão (Jr 31:34, Hb 8:12); o mesmo que busca escrever a lei no coração dos que Lhe obedecem em uma relação de fé (Jr 31:33, Hb 8:10), sejam judeus ou gentios.
No Novo Testamento, quando os judeus aceitavam a eleição da graça, recebiam Jesus Cristo e Seu evangelho. Por algum tempo eles foram o coração da igreja, “um remanescente segundo a eleição da graça” (Rm 11:5) em contraste com os que “foram endurecidos” (Rm 11:7). Ao mesmo tempo, os gentios, que anteriormente não criam, aceitaram o evangelho e foram enxertados no verdadeiro povo de Deus, não importando o povo nem a etnia a que pertenciam (Rm 11:13-24). Portanto, os gentios, que “naquele tempo [...] estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa” (Ef 2:12), foram aproximados no sangue de Cristo. Jesus está mediando a “nova aliança” (Hb 9:15) para todos os que creem, independentemente da nacionalidade ou etnia.
Quarta-feira, 02 de Junho
Aliança Superior
Vimos que, em relação aos elementos fundamentais, a antiga e a nova aliança são iguais. O ponto principal é a salvação pela fé em um Deus que perdoa nossos pecados, não pelos nossos méritos, mas somente por causa de Sua graça. Como resultado desse perdão, entramos em um relacionamento com Ele no qual nos rendemos em fé e obediência.
No entanto, o livro de Hebreus chama a nova aliança de “superior aliança”. Mas o que isso significa? Em que sentido uma aliança é superior à outra?
6. Qual era o problema com a antiga aliança? Hb 8:7, 8
O problema da antiga aliança não era a aliança em si, mas o fracasso do povo em aceitá-la pela fé (Hb 4:2). A superioridade da nova aliança sobre a antiga é que Jesus, que havia sido revelado por meio dos sacrifícios de animais na antiga aliança, foi apresentado na nova aliança por meio da realidade de Sua morte e ministério sacerdotal. Em outras palavras, a salvação oferecida na antiga aliança é a mesma oferecida na nova. Contudo, na nova, há uma revelação maior e mais completa do Deus da aliança e do amor que Ele tem pela humanidade caída. É superior no sentido de que tudo o que havia sido ensinado por meio de símbolos e tipos no Antigo Testamento teve cumprimento em Jesus, cuja vida sem pecado, morte e ministério sumo sacerdotal foram simbolizados no serviço do santuário terrestre (Hb 9:8-14).
Agora, em vez de símbolos, tipos e exemplos, temos o próprio Jesus, não apenas como o Cordeiro imolado que derramou Seu sangue pelos nossos pecados (Hb 9:12), mas que permanece como Sumo Sacerdote no Céu, ministrando em nosso favor (Hb 7:25). Embora a salvação oferecida seja a mesma, essa revelação mais completa de Si mesmo e da salvação encontrada Nele, conforme revelada na nova aliança, torna a nova aliança superior à antiga.
7. Leia Hebreus 8:5; 10:1. Que palavra o autor usou para descrever os rituais do santuário na antiga aliança? Como o uso dessa palavra mostra a superioridade da nova aliança?
O conhecimento da vida, da morte e do ministério sumo sacerdotal de Cristo em nosso favor nos dá uma melhor compreensão de Deus do que obteríamos com o ritual de sacrifícios de animais?
Quinta-feira, 03 de Junho
O Sacerdote da nova aliança
O livro de Hebreus enfatiza Jesus como Sumo Sacerdote no santuário celestial e apresenta a exposição mais clara do Novo Testamento sobre a nova aliança. Isso não é coincidência. O ministério celestial de Cristo está intrinsecamente ligado às promessas da nova aliança.
O serviço do santuário do Antigo Testamento era o meio pelo qual eram ensinadas as verdades da antiga aliança. A ênfase desse serviço eram os sacrifícios e a mediação. Os animais eram mortos, e seu sangue era usado pelos sacerdotes para fazer expiação. Todos esses eram símbolos da salvação encontrada em Jesus. Não havia salvação neles nem por meio deles.
8. Leia Hebreus 10:4. Por que não havia salvação na morte desses animais? Por que a morte de um animal não é suficiente para trazer salvação?
Todos esses sacrifícios, e a mediação sacerdotal que os acompanhava, se cumpriram em Cristo. Jesus Se tornou o Sacrifício do qual provém o sangue da nova aliança. O sangue do Salvador confirmou a nova aliança, tornando “antiga” ou nula a aliança sinaítica e seus sacrifícios. O verdadeiro sacrifício havia sido feito, de uma vez por todas (Hb 9:26). Depois que Cristo morreu, não havia mais a necessidade de que animais fossem mortos. Os serviços do santuário terrestre haviam cumprido sua função.
9. Mateus 27:51 conta que o véu do santuário terrestre se rasgou quando Jesus morreu. Esse evento nos ajuda a compreender por que o santuário terrestre foi revogado?
O ministério sacerdotal – realizado pelos levitas que ofereciam e mediavam os sacrifícios no santuário terrestre em favor do povo – estava ligado aos sacrifícios de animais. Uma vez que os sacrifícios terminaram, seu ministério não mais era necessário. Tudo se cumpriu em Jesus, que ministra Seu próprio sangue no santuário celestial (Hb 8:1-5). O livro de Hebreus mostra que Cristo entrou no santuário celestial após derramar Seu sangue (Hb 9:12) e intercede por nós. Esse é o fundamento da esperança e da promessa da nova aliança.
Como você se sente ao entender que Jesus está ministrando Seu sangue no Céu em seu favor? Quanta confiança e segurança isso lhe dá a respeito da salvação?
Sexta-feira, 04 de Junho
Estudo adicional
“Participando com os discípulos do pão e do vinho, Cristo Se comprometeu com eles, como seu Redentor. Entregou-lhes a nova aliança, pela qual todos os que O recebem se tornam filhos de Deus e coerdeiros com Cristo. Por essa aliança, pertencia-lhes toda bênção que o Céu podia conceder para esta vida e a futura. Esse ato de aliança seria confirmado com o sangue de Cristo. E a ministração da Ceia conservaria diante de cada discípulo o infinito sacrifício feito por eles individualmente, como parte do grande todo da humanidade caída” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 659).
“O aspecto mais significativo desta aliança de paz é a abundante riqueza da misericórdia perdoadora expressa ao pecador se ele se arrepender e se desviar de seus pecados. O Espírito Santo descreve o evangelho como salvação por meio da terna misericórdia de nosso Deus. ‘Para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia’, o Senhor declara a respeito dos que se arrependem, ‘e dos seus pecados jamais Me lembrarei’ (Hb 8:12). Não Se afasta Deus da justiça ao mostrar misericórdia para com o pecador? Não; Deus não pode desonrar Sua lei tolerando que ela seja transgredida impunemente. Sob a nova aliança, perfeita obediência é a condição de vida. Se o pecador se arrepende e confessa seus pecados, achará perdão. Pelo sacrifício de Cristo em seu favor, é-lhe assegurado perdão. Cristo satisfaz as reivindicações da lei para cada pecador arrependido e crente” (Ellen G. White, A Maravilhosa Graça de Deus, p. 138 [10 de maio]).
Perguntas para consideração:
1. Qual é a vantagem de ter a lei escrita no coração, e não apenas em tábuas de pedra? É mais fácil esquecer a lei escrita na pedra ou no coração?
2. Temos salvação somente por meio de Jesus, embora a revelação dessa verdade tenha variado na história. As alianças funcionam de igual modo?
3. O que Ellen G. White quis dizer com “perfeita obediência” como requisito da aliança? Quem é o Único que prestou “perfeita obediência”? Essa obediência é atribuída a nós?
Resumo: A nova aliança é uma revelação maior, mais completa e superior do plano da redenção. Participamos dela pela fé que se expressa em obediência à lei escrita no coração.