22.10.20

A Lei de Deus

Quinta-feira, 22 de Outubro


Há alguns anos, a França estava a debater a questão da pena de morte: deveria ser abolida? Os defensores da sua abolição contactaram um famoso escritor e filósofo francês chamado Michel Foucault e pediram que ele escrevesse um editorial no nome deles. No entanto, o que ele fez foi não só defender a abolição da pena de morte, mas a abolição completa de todo o sistema prisional e a libertação dos prisioneiros.

Porquê? Porque, para Michel Foucault, todos os sistemas de moralidade eram apenas construções humanas, ideias colocadas em prática por aqueles que estavam no poder para controlar as massas. Portanto, estes códigos morais não tinham legitimidade real.

Por mais extrema que seja a sua posição, o que vemos aqui é uma consequência lógica de um problema que não é tão novo. Moisés lidou com ele no antigo Israel há milhares de anos. “Não fareis conforme tudo o que hoje fazemos aqui, cada qual tudo o que bem parece aos seus olhos” (Deuteronómio 12:8; veja também Juízes 17:6; Provérbios 12:15).

No entanto, se não devemos fazer o que é apenas certo aos nossos olhos – ou seja, se não somos justos, santos nem suficientemente imparciais para saber o que é moralmente correcto, como podemos saber o que fazer? A resposta é que o Criador também nos deu um código moral para viver. Talvez não consigamos entender, mas o Senhor entende sempre.

5. O que ensinam estes textos sobre conduta moral? Deuteronómio 6:5; Marcos 12:29-31; Apocalipse 14:12

Se quisermos tornar a redenção central na nossa cosmovisão cristã, a lei de Deus (os Dez Mandamentos) também deve ser central. Afinal, de que somos redimidos senão do pecado, que é a transgressão da lei (Romanos 3:20)? O evangelho não faz sentido sem a lei de Deus. Esta é uma das razões pelas quais sabemos que a Lei ainda é obrigatória para nós, apesar da sua incapacidade de nos salvar. Por isso precisamos do evangelho.

Portanto, toda a educação Adventista do Sétimo dia deve enfatizar o que Ellen White chamou de “perpetuidade da lei” (O Grande Conflito, p. 63), que inclui o Sábado. Se educar é restaurar em nós a imagem de Deus tanto quanto possível nesta vida, então, mesmo no nível mais fundamental, a lei de Deus deve ser mantida, à luz do exemplo de Cristo, como o código moral que nos mostra o que é realmente bom aos olhos do Pai.