Domingo, 08 de Setembro
Ao longo da história bíblica, há um repetido clamor do povo de Deus, especialmente dos que estavam a viver a escravidão, o exílio, a opressão, a pobreza ou outra injustiça ou tragédia, para que Ele interviesse. Os escravos no Egito, os israelitas em Babilónia e muitos outros clamaram a Deus para que Ele visse e ouvisse o seu sofrimento e corrigisse estes males. E a Bíblia oferece importantes exemplos das ações de Deus para resgatar e restaurar o Seu povo, às vezes até vingando-Se dos seus opressores e inimigos.
Mas estes resgates eram geralmente efêmeros, e os diversos profetas continuaram a apontar para uma intervenção final, quando Deus iria colocar um fim ao mal e ergueria os oprimidos. Ao mesmo tempo, estes profetas continuaram a clamar: “Ó Senhor dos Exércitos, até quando?” Por exemplo, o anjo do Senhor perguntou sobre o exílio dos israelitas: “Ó Senhor dos Exércitos, até quando não terás compaixão”? (Zacarias 1:12).
Os salmos estão repletos de lamentos sobre a aparente prosperidade e boa sorte dos ímpios, enquanto os justos são maltratados, explorados e pobres. O salmista pediu repetidamente a Deus que interviesse, crendo que o mundo presente não é ordenado da maneira que Deus o criou, e assumindo o clamor dos profetas e oprimidos. “Até quando, Senhor?” (Veja, por exemplo, Salmos 94:3-7).
Em certo sentido, a injustiça é mais difícil de ser suportada entre os que acreditam num Deus justo que deseja justiça para todo o Seu povo. O povo de Deus sempre terá um senso de impaciência para com o mal no mundo - e a aparente inércia de Deus é outra fonte de inquietação. Daí, às vezes, as duras perguntas dos profetas: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! e não salvarás?” (Habacuque 1:2).
Um clamor semelhante é erguido no Novo Testamento, em que até mesmo a própria criação é retratada como se estivesse a clamar, com gemidos, pelo resgate e recriação divinos (veja Romanos 8:19-22). Em Apocalipse 6:10, este clamor, “Ó Senhor dos Exércitos, até quando?”, é levantado em nome daqueles que foram martirizados pela sua fé em Deus. Porém, é o mesmo clamor, a pedir a intervenção de Deus em favor do Seu povo oprimido e perseguido.
1. Leia Lucas 18:1-8. O que disse Jesus sobre a resposta de Deus aos repetidos clamores e orações do Seu povo para que Ele agisse em favor deles? Como está isto ligado à necessidade de fé?
