23.7.18

O Ministério de Estêvão

Segunda-feira, 23 de Julho


Após a sua nomeação, os sete dedicaram-se não apenas ao ministério da igreja, mas também ao testemunho eficaz. O resultado foi que o evangelho continuou a espalhar-se, e o número de cristãos continuou a aumentar (Atos 6:7). Este crescimento trouxe oposição à igreja primitiva. A narrativa de Atos concentra-se então em Estêvão, um homem de rara “estatura” espiritual.

3. O que ensina Atos 6:8-15 sobre a fé e o caráter de Estêvão? Além disso, qual foi a sua pregação, que tanto enfureceu os seus adversários?

Como judeu helenista, Estêvão partilhava o evangelho nas sinagogas helenistas de Jerusalém. Havia várias dessas sinagogas na cidade. Atos 6:9 refere-se provavelmente a duas delas: uma de imigrantes do sul (judeus de Cirene e Alexandria), e outra de imigrantes do norte (os da Cilícia e da Ásia).

Jesus era certamente o assunto central dos debates, mas as acusações levantadas contra Estêvão indicam, de sua parte, um entendimento a respeito do evangelho e as suas implicações que possivelmente ultrapassava o parecer dos cristãos da Judeia. Estêvão foi acusado de blasfemar contra Moisés e contra Deus; isto é, contra a lei e o templo. Mesmo que ele tivesse sido mal interpretado em alguns pontos – ou as suas palavras tivessem sido deliberadamente distorcidas – e falsas testemunhas tivessem sido induzidas a falar contra ele, as acusações podem não ter sido totalmente falsas, como no caso do próprio Jesus (Marcos 14:58; João 2:19). No Sinédrio, ao condenar explicitamente a veneração idólatra do templo (Atos 7:48), Estêvão revelou entender as implicações mais profundas da morte de Jesus e as suas consequências, pelo menos em relação ao templo e aos seus serviços cerimoniais.

Noutras palavras, embora talvez muitos cristãos judeus de origem hebraica ainda estivessem demasiado apegados ao templo e a outras práticas cerimoniais (Atos 3:1; 15:1, 5; 21:17-24), achando difícil abandoná-las (Gálatas 5:2-4; Hebreus 5:11-14), Estêvão e talvez os demais judeus helenistas cristãos entenderam rapidamente que a morte de Jesus significava o fim de todo o sistema cerimonial do templo.

Porque devemos ter cuidado para não nos fecharmos tanto em algumas noções acalentadas, de maneira que rejeitemos uma nova luz?